Num domingo de tempestade, diria mesmo dilúvio, fomos surpreendidos pelo fim da liderança de João Cotrim Figueiredo na Iniciativa Liberal. Alguém que conseguiu transformar um minuto liberal em bancada parlamentar! Por isso mesmo, não posso deixar de começar este texto por agradecer todo o trabalho, todo o empenho e o sucesso que adveio da sua liderança. Por muito que tenhamos acabado com uma maioria absoluta do PS, as ideias liberais vão fazendo o seu caminho e o João teve um papel determinante para isso.

Compreendo as razões que levam a que os mandatos dos diversos órgãos do partido sejam alinhados temporalmente, permitir a todos ter mais estabilidade, previsibilidade e trabalhar com um horizonte temporal de 2 anos, sem interrupção de eleições que naturalmente seriam sempre uma avaliação intermédia do mandato dos órgãos. Contudo, é bom salientar que esta notícia é uma profunda novidade para a grande maioria dos membros do partido, tornando-se inviável até ao início de dezembro que todas as diferentes visões do partido estejam capazes de apresentar um programa estruturado aos membros.

Saliento ainda, que a Iniciativa Liberal sempre prezou pela defesa da igualdade de oportunidades como um pilar basilar da sociedade em que queremos viver. Torna-se evidente que existiu quem não tenha sido apanhado de surpresa, provavelmente até quem já terá um programa para os próximos 2 anos a ser construído. Para estes, existirá sempre uma vantagem, arrancaram mais cedo e quando ainda ninguém esperava a demissão de João Cotrim Figueiredo. Posto isto, torna-se inviável a próxima Convenção Nacional ser realizada em dezembro deste ano. Escolher uma data entre o fim de janeiro e início de fevereiro de 2023 é imperativo para a igualdade de oportunidades de todos os candidatos e programas.

Quanto ao já anunciado e por mim muito estimado candidato Rui Rocha, tendo passado o último mês de janeiro de 2022 com ele, percorrendo em campanha todos os concelhos do distrito de Braga, sei bem que estará à altura do desafio, caso seja ele o escolhido pelos membros da Iniciativa Liberal. Da mesma forma acredito, que não quererá ser eleito sem os seus adversários terem tido condições de apresentar o seu plano para a Iniciativa Liberal.

Assim, deixo aqui o meu apelo, que será também efetuado em sede própria (o próximo Conselho Nacional da IL), para que a próxima Convenção Nacional da Iniciativa Liberal não se realiza em dezembro próximo, até porque ao contrário do que foi noticiado ela ainda não está marcada, sendo responsabilidade do próximo Conselho Nacional marcá- la. Tal como bem nos disse João Cotrim Figueiredo, “o liberalismo funciona e faz falta a Portugal”, acrescentando eu que sem igualdade de oportunidades o liberalismo não existe.

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