Terminada a VII Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, cuja disputa acesa pela liderança e cobertura mediática legitimaram definitivamente a Iniciativa Liberal com um partido incontornável à escala nacional, é hora de balanços e sossego interno! É hora de deixar quem ganhou aplicar a sua estratégia e de mostrar ao país que somos capazes de contribuir para o fim dos tempos de governação “moribunda” em que nos encontramos.

O último fim-de-semana foi marcante, um sábado rijo e com alguns excessos seguido de um domingo esclarecedor, muitas discussões acesas e algumas até demasiado aguerridas, discursos vibrantes e até alguns bem hilariantes, numa concentração de energia e capacidade de induzir mudanças a que Portugal já não está habituado, representando uma oportunidade de o país reviver a energia e vontade que no passado apenas os congressos do atualmente adormecido PSD transmitiam.

Estive na primeira linha daqueles que defenderam que era necessário tempo para uma discussão profunda e que permitisse a qualquer membro da Iniciativa Liberal estar em condições de apresentar o seu projeto para o partido. Esta decisão mostrou-se vencedora, permitindo inclusive uma alastrada ocupação do espaço mediático durante um fim-de-semana, algo que durante o mês de dezembro seria muito mais difícil, possibilitando ainda o surgimento de três caminhos diferentes para o partido, o que culminou na existência de apenas nove votos em branco na eleição da Comissão Executiva (cerca de 0,5% do total dos votos). Ou seja, a campanha foi intensa e esclarecedora, o resultado claro e agora é tempo de deixar a estratégia vencedora ser implementada e provar o seu valor.

Contudo, o tempo é um recurso escasso e o atual governo já ultrapassou o seu! O slogan “preparados” que marcou as últimas eleições legislativas para a Iniciativa Liberal é neste momento muito mais uma obrigação do que uma mera possibilidade. Quando um governo perde ministros e secretários de Estado ao ritmo que o atual está a perder, fica latente a possibilidade de ter que enfrentar eleições legislativas a qualquer momento. Ainda mais, quando começam a sair sondagens que colocam o PS abaixo dos 30% e Marcelo Rebelo de Sousa parece já ter decidido (embora ainda não comunicado) o momento em que vai fazer descarrilar definitivamente o governo.

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Depois de perder Pedro Nuno Santos, que ainda goza os seus 30 dias de férias antes do regresso às lides parlamentares, com um Ministro dos Negócios Estrangeiros que já não tinha condições sequer para integrar o atual governo, a ministra da Agricultura a tentar esconder-se do terramoto de Vinhais, o cerco a apertar-se à volta de Fernando Medina e sem sabermos que “casos e casinhos” vão marcar a próxima semana, qualquer partido que queira fazer parte de uma futura solução de governo terá de estar em alerta e mais preparado a cada dia para assumir essa responsabilidade.

Este estado de coisas, e ao contrário daqueles que preferem viver num clima de estabilidade na pobreza a correr o risco de procurar algo mais, motiva profundamente os liberais. A vontade de começar a aplicar soluções testadas internacionalmente que possam terminar o rumo de estagnação nacional é comum a todas as sensibilidades do partido e deve ser usada como o catalisador para unir e canalizar energias para o que realmente nos interessa, ou seja garantir que os portugueses dispõem dos recursos necessários para poder adicionar uma porção maior de proteína ao arroz branco com que o Partido Socialista nos tem anestesiado.

Assim, e depois de todos terem tido a oportunidade de levar as sua alternativas a jogo e estas terem sido avaliadas pelos membros da Iniciativa Liberal, é chegada a hora de dar as condições necessárias ao novo líder e restante equipa eleita de construírem o seu caminho, cooperando ou no mínimo não obstaculizando, possibilitando aos portugueses a avaliação dos méritos das nossas ideias e forma de atuação, estando prontos para que no momento em que sejamos chamados a tarefas governativas possamos realmente iniciar a transformação que Portugal tanto necessita.