Liberdade. Autodeterminação, Independência. Autonomia. Livre-arbítrio.

Rejeição da submissão e da servidão.

Recusa do determinismo, de qualquer determinismo.

Somos livres porque escolhemos o que somos e o que fazemos, a forma como nos contruímos enquanto indivíduos, e porque sabemos assumir as consequências e responsabilidades que advêm das nossas escolhas.

O único limite à liberdade deve ser o autocontrolo dos nossos próprios pensamentos e comportamentos, o que só é possível com conhecimento.

Quanto mais conhecimento temos, quanto maior é a consciência do que nos rodeia, de tudo o que nos rodeia, melhor compreendemos a essencialidade de sermos livres e mais livres efectivamente somos.

Quando o (re)conhecimento da natureza humana é limitado, quando a consciência do que nos rodeia é insuficiente, quando não inclui o (re)conhecimento das liberdades dos outros, quando violamos o núcleo essencial de liberdade que cada um de nós detém e que se nos impõe, então aí, e só aí, na garantia da liberdade inteira de cada um, pode entrar a autoridade, a coacção e a coerção, apenas e só na medida da protecção das liberdades de todos.

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A verdadeira liberdade, esta pulsão, esta ânsia de conhecer para ser ainda mais livre, esta vontade de diverso e até de oposto, para melhor compreender o que somos e porque somos, não nos é dada.

A liberdade não é algo que nos seja oferecido, excepto pela educação e exemplos que recebemos enquanto crescemos e pelo que adquirimos por nós próprios, quando nos construímos e definimos enquanto indivíduos.

A liberdade bate-nos por dentro, impele-nos, inquieta-nos, como uma força indómita. É um coração outro, ao lado do anatómico.

Ninguém nos dá a liberdade. Ou nos sabemos livres e não aceitamos quem nos submeta e tente heterodeterminar, ou não entendemos esta necessidade absoluta, tão absoluta como respirar.

Viva o 25 de Abril e todos os que o fizeram e permitiram que crescesse em democracia e que lute hoje para legar aos que me sucedem um País ainda mais livre do que aquele em que vivo.

O 25 de Abril faz-se todos os dias, porque a primeira revolução é dentro de nós próprios, e dentro de nós vive também, em permanente conflito, a possibilidade do conformismo e da submissão.

Comecemos, então, por nos revolucionar a nós próprios.

Viva a liberdade.