A última variação da tradicional doença bipolar da raça deu numa maioria absoluta do PS.

Depois dos anos duros do Covid, esperava-se outra coisa à partida, mas as profundas viragens do humor do PSD no processo pandémico, o estado geral de velhice, a apatia e o pendor «maníaco -dependente” do aparelho do Estado de demasiados eleitores explicam muita coisa, designadamente, uma perda importante da sua autonomia da personalidade.

À direita, no CDS, a expressiva vitória democrática em Congresso de Francisco Rodrigues dos Santos desencadeou sem querer estímulos doentios nos antigos incumbentes Portistas, com alterações emocionais súbitas e reacções excessivas, de extrema irritabilidade, com permanentes exigências e zangas mobilizadas na praça pública, simplesmente porque a nova direcção entendeu legitimamente marcar outro rumo político, mais claro e mais linear e não acatou os seus desejos e vontades.

A incapacidade desses opositores internos do CDS em reconhecer a sua doença, a tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal, a perda da noção da realidade, as ideias estranhas (delírios) e «vozes», fizeram o resto e o CDS teve nas urnas uma derrota histórica anunciada por aqueles opositores no dia seguinte ao do citado Congresso que elegeu Francisco Rodrigues dos Santos e que em enorme medida foi provocada internamente em 2 anos.

Agora, parece que virá rapidamente o Nuno Melo ou outro do seu balneário, evidentemente com a mesma receita/fórmula histórica de uma total confusão ideológica nos termos que levou o CDS à absoluta irrelevância (de que o Francisco Rodrigues dos Santos o tentou tirar), ensaiar resultados diferentes, um velho sintoma.

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Contudo, esta agitação o que recomenda é antes pausa e reflexão. Desde logo, para se perceber a causa da doença e os factores que a predispõem; à cabeça, uma incapacidade de autonomia de pensamento político, de objectividade e clareza ideológica e de boa capacidade de adaptação à realidade.

Mas para a direita conservadora, razoável e equilibrada que pode e deve ser representada pelo CDS vai ser muito difícil voltar ao normal. Porque o tratamento adequado para a prevenção da sua actual crise era e é, desde logo, identificar outros protagonistas e trilhar um rumo politicamente simples, claro e conservador à direita, diferente do das  múltiplas guinadas tácticas ensaiadas nos últimos 20 anos.

Sem estas alterações verdadeiramente estruturais não haverá possibilidades de controlar a doença e qualquer acção “paliativa” do tipo da de um Nuno Melo não será terapêutica mas regressiva.

As crises graves rejeitam terapias de “recolagem” e obrigam a tratamentos prolongados no tempo e muito mais inovadores e virtuosos.