O CDS-PP, partido político fundado nos primórdios do regime democrático português, esteve sempre presente na vida política nacional, com personalidades de prestígio e contributos importantes em várias áreas de governação local ou nacional, ou com a realização de oposição política saudável, respeitadora e construtiva. Infelizmente, nestes últimos dois anos esteve ausente da Assembleia da República (mas presente em Governos Regionais e governando em diversas autarquias, sozinho, em 6, ou em coligação), uma vez que não elegeu nenhum deputado em 2022.
Mas o CDS faz falta. E os mais de 650 mil eleitores, que votaram CDS-PP nas eleições legislativas de 5 de julho de 2011, onde o CDS conquistou 11,7%, tendo conseguido a eleição de 24 deputados, já devem (ou deveriam) ter percebido isso.
Faz, por exemplo, falta porque defende uma redução de impostos responsável. Uma redução de impostos que conjugue, simultaneamente, os princípios do liberalismo económico (sim, o CDS já defendia o liberalismo económico muito antes de qualquer outra “iniciativa” nesse sentido), com a responsabilidade social (e porque não assumi-lo: cristã!) para com os mais frágeis e desfavorecidos. É, pois, preciso reduzir os impostos que incidem sobre o rendimento do trabalho de cada individuo e sobre cada empresa, individualmente, mas, simultaneamente, assegurar que há crescimento económico e criação de riqueza, para que o total de impostos cobrado permita manter um Estado Social que não deixe ninguém para trás. E esse modelo, é CDS!
Faz falta para colocar o idoso e toda a problemática que o envolve, no centro de políticas integradas de várias áreas, como sociais, fiscais, de trabalho e de saúde, entre outras. Para assegurar que o idoso é, de facto, uma prioridade. Que tem uma pensão digna; que tem uma carga fiscal proporcionalmente menor; que tem apoio social e de saúde organizado para poder permanecer em sua casa, sempre que o pretenda; que os seus familiares poderão ter tempo protegido para o seu cuidado; que terá, sempre, acesso garantido ao nível de cuidados de saúde que estiverem clinicamente indicados, seja no sistema público, no privado ou no sector social; e que terá acesso a atividade física e intelectual que previnam o aparecimento e/ou desenvolvimento de doenças. Esta é, acredito, uma preocupação CDS.
Faz falta para incentivar e promover a Agricultura, não só como garante de soberania alimentar (determinante para a soberania nacional), mas como fonte económica importante de exportações, como coadjuvante da organização da floresta, como promotor da valorização ambiental e na preservação da paisagem. Quando o CDS governou esta “pasta”, além de eliminar barreiras à exportação, de abrir novos mercados externos e de promover, diplomaticamente, os produtos portugueses no estrangeiro, apoiou os agricultores, transferindo-lhes mais de 60 milhões de euros/ano (contrapondo aos atuais 20 milhões/ano). Este é um legado CDS!
Faz falta para ajudar os jovens a assegurarem o seu direito a habitação. As políticas até agora desenvolvidas pelos governos de esquerda têm sido, manifestamente, insuficientes para o fazerem. Faltam incentivos à nova construção, faltam condições para o normal e salutar funcionamento do mercado de arrendamento e faltam apoios aos jovens. Falta o CDS!
Faz falta para que a Educação (e os seus agentes) seja respeitada e considerada como um fator de progressão social, de criação de oportunidades para todos, independentemente do seu ponto de partida. Uma Educação de qualidade, sem “facilitismos”, que seja séria e exigente, promovendo o mérito e o crescimento, individual e coletivo, constante. Uma Educação à CDS…
Faz falta para encarar o problema da Migração (na verdade, da imigração) com serenidade (sem berros nem urros) mas com a frontalidade que o tema exige. Sem imigração muita atividade económica fundamental para o País não teria mão-de-obra que a assegurasse.
E faz ainda falta em muitos outros temas.
Em 2011, mais de 650 mil portugueses votaram no CDS, para que ele ajudasse a recuperar um País que o Governo PS, de Sócrates, tinha levado para a bancarrota. Governou, com o PSD, sem margem de manobra, com as condições impostas pelo FMI e pelo Banco Central Europeu (que nos emprestaram o dinheiro que permitiu pagar salários e pensões). Foi duro, mas necessário.
Hoje o País precisa, novamente, de ser recuperado de 8 anos de má governação socialista. Mas já não há imposições da Troika nem défices orçamentais. O CDS poderá governar à CDS, com as preocupações acima descritas e com as personalidades de reconhecido mérito que tem nos seus quadros.