1. Quando perguntei a Miguel Albuquerque com que dinheiro contava pagar as douradas promessas feitas nas últimas quarenta e oito horas aos médicos e professores da Madeira se ganhasse as eleições de Setembro próximo, ouvi simplesmente “com o nosso” (sem que ele sequer pestanejasse).
Mangas de camisa, olhar azul claro e um cabelo mais decente que o costume, o líder do governo madeirense continua a não pestanejar: ”recuperámos as finanças, temos um superavit há três anos, baixámos os impostos, exportamos mais do que importamos”. Sub entendido, eu que não me aflija com o custo das promessas de melhores dias para ambas as classes profissionais: “a despesa está consolidada e devidamente enquadrada”.
A verdade porém é que o que me traz não é uma história madeirense mas uma esperança lisboeta. Ou seja, se hoje “desloquei” a Madeira de um lado para o outro do Atlântico e a trouxe até ao Continente foi por saber a que ponto é vital para António Costa e para os socialistas – os de cá e os de lá – a derrota do PSD de Albuquerque daqui a três meses. Vital e determinante. Costa quer poder dizer em Outubro que Portugal é dele, ilhas incluídas. Enquanto não calcar de vez Passos de Coelho aqui, e Albuquerque lá — como já ocorre nos Açores onde vigora um “sistema” socialista de liberdade de escolha muito sui generis para dizer o mínimo — António Costa não descansará. Nem olhará a meios (políticos, constitucionais, financeiros, humanos).
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