Aproxima-se o Dia Internacional do Idoso. Este Dia foi proclamado na Resolução 45/106 da Assembleia Geral da ONU de 14 de dezembro de 1990. “Tem como objetivo salientar a importância do idoso na sociedade, bem como consciencializar para as oportunidades e desafios do envelhecimento no nosso tempo”.
Comemorei-o no passado de diferentes modos. Talvez as comemorações mais significativas tenham sido em 2012 e em 2017. Em 2012 na Fundação Calouste Gulbenkian organizamos um dia de atividades em que colaboraram o Prof. Daniel Serrão, o Ricardo Araújo Pereira, o ator Rui de Carvalho e o filho João de Carvalho, o Dr. Luís Mieiro, a fadista Teresa Tapadas e eu próprio. Foi Presidente o então Ministro da Solidariedade e Segurança Social Dr. Pedro Mota Soares.
Em 2017 foi distribuído com o jornal Diário de Notícias, um pequeno desdobrável em banda desenhada intitulado Reflexões e Sugestões para Bem Envelhecer, com 10 conselhos para se alcançar este objetivo
O Dia Internacional do Idoso pretende então, além de procurar salientar a importância do Idoso na Sociedade, recordar como pode ser o envelhecimento ativo.
Nós somos o quarto país mais envelhecido do Mundo. O primeiro é o Japão com 30% de população com idade superior a 65 anos.
Entenderam os Japoneses que os seus velhos deviam disfrutar do respeito, da ternura, do carinho, do reconhecimento que as gerações mais novas lhes devem. Instituíram por isso o Dia de Respeito pelos Idosos. Essa celebração foi criada em 1947, em uma pequena cidade na província de Hyogo, localizada na ilha de Honshu. As festividades tornaram-se tão populares que, em 1966, a comemoração foi oficializada como um feriado nacional. Nesse dia os mais novos visitam os seus mais velhos, levam-lhes presentes, levam-lhes o carinho no encontro e na partilha de sentimentos que durante o ano, a vida ocupada de cada um, torna difícil que aconteça.
O Dia de Respeito pelos Idosos é pois diferente do Dia Internacional do Idoso.
Em Portugal 25% da população é idosa. Tal realidade é uma indiscutível conquista civilizacional. Contudo e infelizmente, os nossos idosos são frequentemente abandonados e esquecidos, e pior do que isso, são objeto de violência (cinco queixas diárias na Associação Portuguesa de Apoio à Vitima).
Pareceu-me por isso que nós também devíamos ter o nosso Dia de Respeito pelos Idosos.
Em nome da Associação dos Médicos dos Idosos Institucionalizados criamos uma Petição nacional para reunir as 2500 assinaturas que permitissem o envio da Petição para o Presidente da Assembleia da Republica.
Assim foi feito e em 25 de Setembro, como exige a lei, fui presente na Assembleia da República para responder às questões que as Senhoras Deputadas (do Chega, do PSD e do PS, nesta ordem) me quiseram colocar para explicar e justificar o objetivo da Petição.
Fi-lo num ambiente de muita simpatia e elevação que me honrou e me sensibilizou. Agora fico a aguardar o resultado final dessa reunião.
Se for aprovado, seremos o segundo País do Mundo a reconhecer o Dia de Respeito pelos Idosos.
Nas datas disponíveis de comemorações, que quase todos os dias existem entre nós, estava livre o dia 22 de Dezembro.
Entendi que era um bom dia. É um dia próximo do fim do ano, como a velhice está próxima do fim da nossa existência. A três dias do Natal, época em que nos sentimos mais solidários, mais sensibilizados para a partilha de sentimentos de fraternidade, de ternura, de gratidão.
Espero que assim seja!