O «efeito Greta» pode querer dizer que a jovem sueca tão badalada nos «media» pode vir a ter um impacto especial na questão ambiental, cuja complexidade não facilita porém a compreensão, pelo menos por parte de quem não tem bases científicas para compreender aquilo que os jornais repetem sem os próprios jornalistas conhecerem bem o significado dos termos e dos números que divulgam. Duvido, pois, que isso aconteça.
O caso Greta – chamemos-lhe assim – parece-me simultaneamente mais simples e mais complicado. Mais simples porque as peculiares características da jovem sueca – um pouco como sucedeu à nossa escala com as peculiaridades da deputada do «Livre» – têm representado um desses «objectos óptimos» para mediatizar qualquer tema, desde o ambiente ao racismo, durante algum tempo. Mas mais complexo também porque a condição de saúde da adolescente revelar-se-á cedo ou tarde, como já existem indicações manifestas – por exemplo, a insólita mistura entre racismo e ambiente – que acabarão por se virar contra a figura da mensageira da salvação ambiental.
Basta imaginar um motivo imprevisível próprio dos seus problemas de saúde para calcular que os «media» não poderão deixar se virar contra ela, como já sucedeu aliás com a deputada do «Livre». O motivo é que não há público permanentemente disponível para as encenações mediáticas montadas em volta de Greta Thunberg, cujo comportamento obviamente não legitima nem deixa de legitimar as reais questões do ambiente.
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