Estamos a viver mais um período de acentuada mudança com grande impacto nas empresas. São vários os veículos dessa mudança.

Quais são as tendências do Mercado de Trabalho nos dias de hoje?

  1. Gig Economy: pessoas que trabalham em posições temporárias ou trabalhadores independentes. As plataformas digitais ligam estes freelancers com as empresas, que adaptam a dimensão da força de trabalho consoante as necessidades. Estes trabalhadores, na grande maioria dos casos, têm uma fraca capacidade negocial, pelo que a regulação deste mercado é urgente;
  2. Empresas em rede: este modelo caracteriza-se por estruturas fluídas e descentralizadas, com base virtual (plataformas), é operado por equipas semiautónomas, que exigem aprendizagem e feedback constante;
  3. Digitalização: ou seja, reengenharia de processos, mais mecanismos de controlo e teste, flexibilidade e trabalho remoto. Re-skilling é imperativo para garantir empregabilidade.

Quais são as tendências da Sociedade?

  1. Sustentabilidade: os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) levaram a que a Sociedade espere que as empresas tenham em linha de conta o impacto dos seus actos no planeta e nas pessoas. Assim, os processos de trabalho, os modelos de negócio e a gestão das pessoas devem assegurar progresso económico, equidade social e qualidade ambiental;
  2. Alterações nos hábitos de consumo: compras online e preferência por modelos de consumo sustentáveis estão a crescer.

Quais as expectativas dos Trabalhadores?

  1. A acrescentar à importância de uma compensação equitativa que tenha em conta o gap geracional e aos “benefícios à medida”, a flexibilidade laboral ganha mais peso;
  2. Aos percursos de carreiras junta-se a procura pelo Work-Life Balance;
  3. A procura pelo Propósito: como sentimos que estamos a contribuir e como fazemos a diferença.

Face as estas mudanças, em que se traduz a resposta social das instituições?

Contribuir para regular o mercado dos Gig Workers e ir de encontro à exigência de formas de atuação sustentáveis: as práticas empresariais podem compensar falhas nas políticas públicas e responder às tendências da Sociedade, através das políticas de recursos humanos e do investimento que proporcionem sustentabilidade social e dos produtos/serviços produzidos.

E como devem na prática atuar as empresas? As políticas e práticas têm que estar alinhadas para que a Sociedade dê o salto qualitativo que se impõe. Alguns exemplos.

Desenho dos postos de trabalho com enfoque na valorização do contributo individual: são um instrumento fundamental para promover o desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionar uma melhor integração dos indivíduos na sociedade, através de condições remuneratórias adequadas e reforço da autoestima;

Liderança colaborativa: incentivando a contribuição de todos, integrando a equipa em torno de propósitos partilhados;

Organização de equipas fomentando a diversidade: de culturas, de género, de idade, integrando elementos que a sociedade tende a marginalizar. O contacto com a diferença implica que o que era diferente passa a ser familiar;

Dar prioridade às apreciações positivas: que fomentam o respeito pelos outros;

Não tolerar comportamentos discriminatórios nem qualquer tipo de assédio: a discriminação e o assédio conduzem ao medo, à desconfiança, a comportamentos destrutivos e têm na sua base a mais profunda falta de respeito pelo seu semelhante.

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