Ao longo da nossa vida em sociedade, construída em liberdade e democracia, fundada pelos valores de abril e confirmada em novembro, passamos por vários ciclos de vida. São as escolhas que tomamos na transição entre esses ciclos que definem a nossa intervenção cívica, no curto, médio e longo prazo.

De forma resumida, defini os ciclos de vida em quatro níveis: Formação, Trabalho, Emancipação e Natalidade.

Focando em Portugal e tendo em conta este ciclo de vida, percebemos muito bem qual é a principal crise com que nos deparamos, é que nunca como hoje, houve tantos desequilíbrios nas transições entre estas fases de vida.

Quem acaba os seus estudos, pode não ter acesso ao mercado de trabalho e quando tem, muitas vezes não é na sua área de formação ou pior, o grau de estudo não corresponde ao que faz para ganhar a vida. Quem arranja trabalho, pode não conseguir a emancipação básica, o normal é viver em casa dos pais ou viver em quartos alugados nos grandes centros urbanos, os salários são tão baixos que a situação é dramática mesmo para aqueles que conseguem arranjar habitação, mas não têm possibilidade de ter filhos e renovar os ciclos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quando penso na base de qualquer sociedade saudável, penso logo em educação e formação de cidadãos. Aliás está é uma ideia fundacional da República com respaldo no “positivismo” de Comte, só há progresso civil, se a sociedade, ou seja, os seus cidadãos, forem educados em conformidade com o desenvolvimento intelectual e científico. No entanto, hoje a escola pública não satisfaz Professores que se vem diminuídos na sua profissão, nem de alunos que cada vez mais sentem na sua formação os desmandos dos governos sucessivos de António Costa.

Nunca como hoje se tributou tanto do trabalho de cada um de nós, nunca como hoje o Estado ficou com tanto do nosso esforço diário, nunca como hoje o Estado tirou tanta comida da mesa dos portugueses e nunca como hoje nos vimos tão constrangidos na nossa liberdade de fazer vida!

Isto torna-se verdade pelas “dinâmicas das realidades” que ultrapassam as políticas do Partido Socialista. Quem o diz é o próprio Primeiro-Ministro em entrevista. Pois bem, esta frase simples de António Costa é em si, a definição do seu legado enquanto líder do governo de Portugal, e tem em resumo um adjectivo ainda mais simples: Incompetência.

É por isso que a minha geração é a geração dos 1000 euros, que embora tenha um mestrado, ainda vive com os pais. A realidade dinâmica que o Partido Socialista não viu, travou o português comum, que se acomodou pela força das circunstâncias.

Na falta de políticas que ajudem os portugueses a fluir e a passarem por estas fases de vida o PSD assumiu a sua veia reformista: a sua principal característica.

Para a fase da formação, quisemos por exemplo, criar um estatuto novo do “Estudante praticante de atividades Artísticas no Ensino Superior” ou tentamos sensibilizar no Parlamento para a injustiça que existe com os trabalhadores-estudantes por conta própria. O PS Chumbou!

Para o ciclo do trabalho, propusemos o IRS jovem de 15% de taxa máxima até ao penúltimo escalão até aos 35 anos, para dar a possibilidade de os jovens conseguirem ter dinheiro para fazer face às despesas de início de vida. O PS Chumbou!

Para que os jovens se consigam emancipar por via da compra de casa, desenhamos uma proposta que acabava com a “entrada” para a 1º casa, assim como a abolição do Imposto selo e do IMT, medida que ia poupar à partida qualquer coisas como 20 a 25% do valor de uma casa. O PS Chumbou!

Para a natalidade, anunciamos o “cheque bebé” de 8000 euros, divididos em duas fases de vida: 50% no nascimento para ajudar os pais com as despesas inerentes, e 50% aos 18 anos para empoderar o jovem adulto. O PS Chumbou!

É pena que o PS não faça parte das soluções do país e seja somente uma maioria do bloqueio. Porque se o PS, se preocupasse menos com ganhar eleições, mas mais com o futuro das novas gerações não chumbaria por sistema as propostas do PSD. No fundo quando o PS chumba as propostas do PSD, está mesmo a chumbar a nossa geração!

Zeca Afonso na sua música “A formiga no carreiro”, pedia: “Mudem de rumo… Mudem de rumo”! Não consigo deixar de ouvir esta música na minha cabeça!

Mudem de rumo, a minha geração quer reformas, porque queremos estudar, trabalhar, viver e ser pais em Portugal! E o PS tem chumbado isto tudo.