No dia 15 de agosto, o Partido Social Democrata cortou com a silly season habitual do mês e no Pontal, evento que marca a rentrée política do PSD, veio falar de assuntos muito sérios, porque, para este partido, não existe assunto mais sério do que a vida dos portugueses.

Estamos a atravessar na era contemporânea mais um momento de crise em Portugal e na Europa, crise esta motivada por vários fatores, tanto externos como internos.

Vivemos uma guerra sem justificação na Ucrânia, que veio naturalmente desequilibrar um equilíbrio já de si precário, uma vez que saímos de uma crise de saúde à escala global. Mas se isto aconteceu e nos arrastou de novo para momentos de incertezas socioeconómicas, o governo socialista de António Costa não soube acautelar o futuro.

Muitas vezes faço a comparação entre o PS e a cigarra na fábula “a cigarra e a formiga”. Enquanto outros países se preveniram para os possíveis acontecimentos e “amealharam no verão político”, como fez a formiga para se preparar para o inverno, António Costa vestiu o fato da cigarra que passou o verão a cantar e a apanhar banhos de sol sem que tivesse alguma preocupação com o inverno incerto, que acabou por chegar.

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São sete anos literalmente de “chapa ganha, chapa gasta”, portanto, pelas palavras do próprio primeiro-ministro, estamos gastos, só funcionamos porque existem outros países que fazem com Portugal, aquilo que o PS faz com os cidadãos portugueses: um relacionamento com base numa política de esmolas.

Ora o resultado global de tudo isto, é óbvio: pobreza, incerteza, apertos, num Estado que para sobreviver usa as artimanhas de um drogado numa situação de ressaca, faz de tudo para consumir o seu vício. Aqui a droga que alimenta o Estadão Socialista liderado por António Costa é o dinheiro dos impostos, arrancados do esforço do trabalho dos cidadãos comuns.

Os dados que comprovam as políticas socialistas são os seguintes: 2,3 milhões de portugueses vivem na categoria de pobres, de exclusão social, segundo o boletim Rendimento e Condições de vida, do INE – 18% vivem com menos de 554 euros mensais. Mas pior que este cenário é o facto de, em 2020, 4,48 milhões de concidadãos nossos se encontrarem em risco de pobreza. E em 2022 não melhorou.

Com o PS somos uma sociedade mais pobre, mais desigual e mais dependente. Somos o país idealizado por Sócrates e António Costa: um país de pedintes. Somos a antítese do que devíamos ser.

Com este cenário é essencial seguir outro caminho político, um que saiba empoderar a classe média, que reforce sectores importantes da nossa economia, que não tenha palas ideológicas na gestão da coisa pública e que dê a todos os portugueses, sem exceção, a possibilidade de se libertarem e de seguir o caminho que acham mais profícuo para si. Nada disto está no ADN do PS e dos partidos à sua esquerda.

Mas a falta de vontade de fazer alguma coisa, por parte da turma do Largo do Rato, é tão grande que ficaram à espera de agir quando as coisas estão a apertar para os portugueses.

Assistimos a um PS reactivo, nada proactivo. António Costa é hoje, com maioria, um político desprevenido. É precisamente nesta encruzilhada social que é preciso bem mais que um chico-esperto, adulador e retórico na chefia do governo.

Vivemos tempos onde tudo está mais caro, a inflação em julho, segundo o INE, atingiu os 9%, mas esta percentagem chega aos 13% em média quando falamos de produtos alimentares. Os salários, por causa da inflação, perderam brutalmente poder de compra, a queda real cifra-se nos 5,1% no trimestre que terminou em junho deste ano.

Com a inflação e com os aumentos de preços, o Estado arrecada mais dinheiro, porque uma parte significativa dos preços que se praticam são impostos. O Estado previa um aumento de receita fiscal para o ano de 2022 de 3500 milhões de euros, mas no primeiro semestre deste ano já cobrou 5000 milhões de euros, o que nos diz que existe aproximadamente um excedente de 2000 milhões de euros agora, que no fim do ano pode chegar aos 4000 milhões de euros.

Podemos concluir que quem está a ganhar e a acumular com a inflação é o Estadão Socialista, é por isso essencial devolver aos portugueses que precisam e que estão numa posição desfavorecida.

O PSD lançou um programa para os próximos 4 meses com 5 pontos essenciais para devolver o dinheiro cobrado aos portugueses. Em resumo, um vale alimentar para reformados e pensionistas, assim como para quem na vida ativa recebe até 1100 euros, alívio nos escalões mais baixos de IRS, apoio ao abono de família e apoio directo às IPSS que garantem um serviço vital a tantas pessoas.

O PS ficou a ver navios com a sua maioria, para eles “está tudo bem”. O PSD voltou a falar para as pessoas. Luís Montenegro reposicionou o discurso, e de forma interventiva adiantou-se a Costa, num tema que diz muito a tanta gente que passa dificuldades.