O PS aclama este fim-de-semama PNS, uma figura que molda a verdade à medida da realidade num exercício contínuo de propaganda. Mas se os socialistas têm este dever de aclamação, os portugueses não!

No congresso os discursos vão sair inflamados, quentes, quase-épicos (hesito entre um Vangelis ou um Einaudi como música de fundo). As mensagens vão sair curtas, simples, diretas, tal qual os quadradinhos da nova imagem da república. Os conteúdos serão redondos, insubstantes, cheios de promessas sobre “a coisa pública”, e carregados de adjetivações irreproduzíveis sobre a “direita que, qual anjo caído, assombra os dias e as noites dos portugueses”.

Mas os portugueses não se podem esquecer que PNS é o homem que:

  • afirmou que salvou a tap, mas se esqueceu que foi com o dinheiro dos portugueses e que deixou um rasto de confusão atrás de si
  • aprovou indemnizações de 500 000 euros por whatsapp
  • afirmou que é o único que tem experiência empresarial, mas que afinal foram apenas uns meses
  • é aquele que acordou uma manhã a dizer “hoje o aeroporto vai ser em Alcochete”, e que ao fim do dia, de rabo entre as pernas, pediu desculpa por ter sido irrefletido, imaturo e incompetente depois de Costa lhe ter tirado o tapete
  • afirmou que colocou a CP a dar lucro, esquecendo-se da engenharia financeira que fez e do dinheiro dos Portugueses que lá injectou (para não falar da sucata que comprou a Espanha)
  • tem uma consciência social desde menino por toda a pobreza que viu à sua volta, mas que se passeou num Porsche 911 (997) e se divertiu a guiar o Maseratti Quattroporte do pai
  • aproveitou o programa de Júlia Pinheiro, para confessar que “este vai ser o tempo de finalmente fazer qualquer coisa decente pelos portugueses”, como se porventura tivesse aterrado de uma viagem interplanetária de 8 anos, esquecendo-se que fez parte, precisamente, dos governos que não fizeram o que era decente pelos portugueses
  • que demonstrou que a honra socialista é uma sanduíche requentada, já que os compromissos assumidos quando, aflitos, pedimos dinheiro a financiadores internacionais devido à bancarrota criada pelo PS, não deveriam ser cumpridos e que Portugal devia usar a bomba atómica contra os credores
  • que recusou o rótulo de radical de esquerda, “sempre fui social-democrata” , mas que se esquece que a verdadeira social-democracia não cita Karl Marx do palanque ao pequeno-almoço, nem defende indiscriminadamente as nacionalizações
  • não sabia, mas que sabia, que não sabia mas não tinha que interferir, que tinha que interferir mas não o fez, que se calhar até cometeu uma ilegalidade de palmatória, no caso da incompreensível e injustificável compra de ações dos CTT

Pedro Nuno Santos lida mal com a verdade, com a modéstia, com a competência e comprometimento, com a transparência, com o caráter. Os socialistas estão a aclamá-lo em Congresso.

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