Nos debates e proclamações de Pedro Nuno Santos vem sempre à tona a defesa do SNS. Não a defesa da saúde das pessoas que não têm médico de família, das pessoas que estão há mais de um ano à espera de consulta ou cirurgia. Em muitos casos com consequências irreparáveis sobre a sua saúde e algumas fatais. Pelo meio sofrimento e ansiedade.
Isto é claro na recusa e nos ataques que faz à proposta da Aliança Democrática de oferecer a quem está à espera no SNS o recurso ao sector privado até se poder normalizar o funcionamento do SNS
Às pessoas que estão à espera ou estão sem médico de família (e estar sem mf no SNS implica ficar também sem acesso a exames pelo SNS) nada diz. Como nada disse ou fez o PS.
A verdade sobre o SNS, apesar de toda a propaganda e mentira socialista, é que ele foi posto de pé pelo PSD como demonstrei aqui, onde escrevi o seguinte, tendo como base a história do SNS que está no site do SNS:
Erguer um SNS não é publicar um decreto-lei genérico. É criar carreiras, é contratar pessoal, é ter Hospitais e Centros de Saúde, é ter equipamentos, é ter tudo isto a funcionar. O Governo da Eng. Pintassilgo terminou dois meses depois da aprovação da Lei do SNS. Obviamente nesses dois meses nada aconteceu. A seguir seguem-se 15 anos em que o PSD esteve sempre no Governo.
É nestes 15 anos que o SNS se ergue quer juridicamente, quer no terreno, quer no acesso das populações aos cuidados de saúde. É nos Governos da AD que são instituídos de facto os Cuidados de Saúde Primários:
Nestes 15 anos foi ainda montada toda a rede de Cuidados de Saúde Primários, alargada a rede hospitalar e feita a articulação entre os Cuidados de Saúde Primários e Secundários e refeitas as carreiras médicas, tendo sido criada a carreira de Medicina Geral e Familiar
No fim de 1979 não se podia dizer que havia um SNS. Em 1995 sim. Logo quem é que ergueu o Serviço Nacional de Saúde nestes 15 anos em que o PSD esteve no governo?
É também inequívoco que foi nestes 8 anos de Governo PS, de que PNS foi membro, que o SNS foi ao chão. E nada melhor prova isso que as declarações púbicas de Fernando Araújo, Diretor Executivo do SNS, nomeado pelo PS, que disse que o mês de novembro 2023 ia ser o pior mês de sempre do SNS e foi. Mas dezembro ainda foi pior!
O número de utentes sem Médico de Família aumentou de 700 000 em 2015 para 1,7 milhões. E o que o PS tem a dizer aos 1,7 Milhões de utentes sem Médico de Família? Mais de um milhão só na ARSLVT. Existem populações inteiras sem MF e às quais o PS não liga nenhuma, no ACES Estuário do Tejo (Vila Fanca, Azambuja, Alenquer…) metade da população não tem MF. O que fez o PS , e o que propõe PNS, para acudir a estes doentes? Nada! Apenas encher a boca com o SNS.
Note-se que 30% dos novos especialistas de Medicina Geral e Familiar têm preferido optar pelo sector privado. E isto como consequência de nestes anos todos o Governo socialista ter mantido fechado o seu acesso ao Modelo B, e mal pagos (metade de que os colegas em modelo B) terem como única opção no SNS unidades desorganizadas a atenderem utentes sem MF.
Se houvesse um plano para fazer crescer o sector privado da Saúde, quer o sector prestador, quer o sector segurador, nenhum teria maior sucesso que aquele que o PS executou.
Diz PNS que o problema é o aumento da população idosa. E , em parte , terá razão. Mas evolução demográfica era à muito conhecida. Porque o PS não preparou o SNS para esta situação?
E não foi por falta de aviso.
E que propostas tem PNS? As mesmas de sempre do PS. Despejar mais dinheiro no SNS. Aliás, refere com orgulho o aumento da despesa pública com o SNS em 50% (5 mil milhões dos contribuintes) e mais 25% de profissionais. Mas só que a este brutal aumento da despesa corrente fixa correspondeu apenas um aumento das consultas e cirurgias nos hospitais de 12% em relação a 2015. As consultas presenciais de MGF diminuíram, estão em 90%!
E durante estes anos o dinheiro que era para investimento nas infraestruturas e equipamentos foi desviado para a despesa corrente. A generalização das USFs de Modelo B iniciada em Janeiro, irá ter um custo de mais 250 milhões de euros anuais, sem que mais um utente tenha médico de família; e o acordo, justo, feito com o Sindicato Independente dos Médicos leva um aumento de 15% da grelha salarial dos Médicos e em muitos casos, com a Dedicação Plena que em nada acrescenta em termos de disponibilidade assistencial, em 40%.
Este quadro abaixo (números confirmados por este polígrafo) é impressionante do abandono do investimento no SNS:
Apenas em 2020, com a pandemia, o Governo Socialista atingiu o investimento executado de 2015.! Apesar de eloquentes anúncios na altura do Orçamento a verdade é que nem metade do orçamentado foi atingido nos outros anos. Ligeiramente acima dos 50% em 2016 devido às obras que vinham do Governo de PPC (e o Hospital de Todos os Santos continua à espera).
Assim, onde PNS vai buscar dinheiro para fazer face ao aumento brutal da despesa corrente fixa (que este ano vai dar um grande salto com a generalização do Modelo B , o regime de Dedicação Plena , e o aumento de 15% do vencimento dos Médicos?)
Mas se tivéssemos um SNS para todos como quer, e bem, PNS, como este dava resposta, e a que preço, aos doentes que são seguidos, às suas custas, no Privado, porque não encontram a resposta desejada no SNS? Não compreende PNS que se não fosse o escape do sector privado que ele difama e ataca o SNS tinha implodido à muito?
Mas a loucura socialista vai atingir uma nova fase.
Depois de deitar para o lixo a proposta moderada de Lei de Bases da Saúde, dos Ministros Socialistas Adalberto Campos Fernandes e Maria de Belém, PNS, o negociador da geringonça, acordou com o PCP e o BE uma lei de bases radical esquerdista anti privados que levou ao fim das Parcerias Publico Privadas de 3 hospitais elogiados pelo Tribunal de Contas e pelas populações. Hospitais que literalmente foram ao chão com o fim das PPPs e a sua passagem para a Administração Pública. A ponto de serem os autarcas socialistas e comunistas a pedirem o regresso.
Agora com as ULS (que nada acrescentam em termos de gestão das Unidades do SNS) vem a estória da internalização dos exames. Ou seja, PNS, na sequência da lei de Bases da Saúde que aprovou com o BE e o PCP, quer acabar com aquilo que melhor funciona em Portugal .
Agora o PNS e o PS querem acabar com o sector convencionado (análises, exames radiológicos…) que é o sector mais eficiente, mais barato e com total acessibilidade (os doentes hoje fazem análises de manhã, à porta de casa, e às 3 da tarde já estão a receber os resultados) para passar a ser tudo feito nos hospitais do SNS. O Acesso aos exames vai piorar e muito… e com isso vão-se atrasar os diagnósticos e os tratamentos
E o sector privado convencionado vai agradecer porque vai trabalhar só para os seguros, que pagam muito melhor que o SNS, ou pela tabela privada a todos os que, desesperados, não conseguem fazer exames em tempo útil no SNS…
Quem fica pior são os portugueses…
O país inteiro, bombardeado diariamente com as notícias sobre os tempos de espera nas urgências e as unidades fechadas, espantou-se quando PNS perguntou: “Mas o que não funciona?”
Na apresentação do Programa de Governo PSN proclamou com voz inflamada (em oposição aos malvados privados) que “O SNS nunca dizia não a um utente!” quando no rodapé das TVs e Jornais nesse dia estava a reportagem sobre os doentes referenciados pela Saúde 24 e que eram recusados no SNS!
Falou do SNS na Pandemia novamente em contraponto aos privados. Ignorando, que, fora os sectores que lidaram diretamente com os doentes covid, com as urgências e com a vacinação, e que foram os heróis, todos os outros serviços estiveram em consulta telefónica muito para além de já estar tudo aberto, como aqui , na altura, fiz notar.
E esquece-se que foram os laboratórios privados que fizeram os testes de PCR e as farmácias privadas os testes de Antigénio, quando nas USFs havia enfermeiros disponíveis…
E o que dizer deste anúncio publicado pelo SNS a denegrir os centros de saúde do SNS. E porque o Governo PS pagou mais de 4 milhões de euros às farmácias para fazer a vacinação da gripe e covid quando tinha toda a capacidade instalada nos centros de saúde e USFs para o fazer como sempre o tem feito e muito bem? E os resultados foram iguais aos dos anos anteriores…
As palavras do PNS são uma coisa, a realidade, como sempre foi com o PS, é outra, é o oposto.
Assim caro leitor: Pela sua Saúde, pelo SNS, Não vote PS!
Nota: defendo um SNS geral e universal, mas ele só será viável com uma profunda restruturação do seu modelo de financiamento e da gestão e financiamento das suas Unidades. A isto voltarei após as legislativas, que será a altura certa para se discutir e definir o rumo da Saúde.