Olhando aos media tradicionais parece uma posição quase revolucionária. Apesar de ir contra a moda das notícias, não apresentei a minha renúncia a militante da Iniciativa Liberal. Mais que isso, em momento algum, até agora, considerei fazê-lo. E se os motivos de cada um a cada um pertencem e devem ser respeitados na íntegra, o exercício de perceber o que leva um militante, neste caso eu próprio, a não achar que o partido está vendido a propósitos eleitoralistas, à cultura woke ou de cancelamento não deixa de ser interessante.

Mais do que depender de qualquer liderança, seja Rui Rocha, Cotrim de Figueiredo ou Carlos Guimarães Pinto, a Iniciativa Liberal é um partido de ideologia clara, coerente e construtiva. Foi esta a ideologia que me levou a confiar o meu voto à Iniciativa Liberal em 2019, com Carlos Guimarães Pinto, quando comecei a acompanhar o partido. Foi esta ideologia que, juntamente com a boa consideração que tenho pelas pessoas que o compõem, desinteressadas pela ganância do poder político, me levou a aderir como militante menos de um ano depois, com a liderança de João Cotrim Figueiredo. É esta ideologia que vai a debate agora, sob a liderança de Rui Rocha, apoiado por outros quadros de excelência que fornecem ao partido uma base sólida para um crescimento sustentado.

É a Iniciativa Liberal que, independentemente de quem lidere o partido, trabalhará por uma profunda reforma fiscal que permita aos Portugueses aumentar a sua receita do trabalho e acabar com um regime que impõe uma carga fiscal altíssima para salários baixos comparativamente com o resto da Europa. É a Iniciativa Liberal que, independente de quem lidere o partido, trabalhará por uma profunda reforma na saúde que permita a todos os portugueses o acesso a cuidados de saúde e não apenas àqueles que podem pagar seguros no privado. É a Iniciativa Liberal que, independentemente de quem lidere o partido, trabalhará por uma profunda reforma no aparelho do Estado, concretizando a privatização de várias supostas “empresas estratégicas” que não mais têm sido do que autênticos poços sem fundo para o dinheiro dos contribuintes. No fundo, não reconheço à Iniciativa Liberal qualquer mudança significativa em termos de postura política e ideológica, assinalando até algumas adaptações que considero positivas em temáticas relevantes como ensino ou ambiente.

Não quero com isto dizer que vejo a Iniciativa Liberal como o partido perfeito. Tenho também as minhas áreas de discordância com o partido, algo que julgo ser transversal a muitos militantes do partido e resultado natural de um processo de análise crítica e desenvolvimento de opinião pessoal independente. É assim que deve funcionar o debate público. Mas estas divergências esporádicas são largamente suplantadas pela postura global de um partido que se propõe trazer as reformas de que Portugal precisa. E olhando ao quadro político actual é cada vez mais evidente que é a Iniciativa Liberal que melhor assegura isso mesmo.

Porque é a Iniciativa Liberal que apresenta um rumo assente em propostas verdadeiramente disruptivas face ao que tem vindo a ser norma em Portugal, mostrando-se como uma solução real para romper o bipartidismo nacional. Porque é a Iniciativa Liberal que, semana após semana, discurso após discurso de cada um dos seus quadros e cada um à sua maneira, expõe de maneira clara a incompetência do PS que levou à estagnação total de Portugal enquanto sociedade, mesmo considerando os anos de pandemia. Porque é a Iniciativa Liberal que contribui para, de forma efectiva, combater o crescimento da extrema esquerda e da extrema direita, ao trazer para debate propostas estudadas e sustentadas, capazes de contribuir para a discussão, em vez de fazer política assente em demagogia, soundbytes ou cavalos de tróia ideológicos, mostrando que o caminho se faz através da seriedade, discussão, debate e não através do discurso polarizado assente em presunção de carisma. Concordar ou discordar das propostas da Iniciativa Liberal fica ao critério de cada eleitor. Eu concordo com a vasta maioria, sinto mais reservas em relação a outras. Conforme disse antes, algo que considero normal. Mas a valência em fazer política a sério, de forma coerente e consistente é inegável.

Num espaço político cada vez mais extremado é fundamental valorizar os que não enveredam por discursos radicais e se concentram no debate de ideias ao mesmo tempo que se recusam de forma clara a usar o peso eleitoral de vozes extremistas para salvar carreiras políticas. O PS, tanto no passado (2015) como no presente, já provou que está disposto a tudo. Saiba assim, a Iniciativa Liberal, manter o caminho que fixa os militantes que, como eu, se identificam com a linha global do partido, ao mesmo tempo que atrai tantos novos.

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