É atribuída frequentemente a Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, importante teólogo e filósofo dos primeiros séculos de cristianismo, a expressão “A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação ensina-nos a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.”. Ora, esta frase representa na perfeição aquilo que esteve na origem do recém-criado Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), a indignação com a realidade com que nos deparamos e o conhecimento, a competência e a coragem para a alterar.

Somos um grupo significativo de enfermeiros de todo o País, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira, de todas as idades, do sector público e do privado, do sector social e cooperativo, com todos os tipos de contrato de trabalho, de todas as especialidades, de todos os partidos e de todas as culturas e crenças.

Os nossos valores assentam de forma clara na liberdade para pensar e para agir, na igualdade de oportunidades e de escolhas e na solidariedade entre todos os enfermeiros e, também, com a população. Não somos, nem seremos defensores do pensamento único, populistas, divisionistas, regionalistas, extremistas e veículos de transmissão dos partidos políticos, confissões religiosas ou outro tipo de organizações.

O Sindicato Nacional dos Enfermeiros foi criado para dignificar e valorizar a Enfermagem e os enfermeiros e o nosso desígnio é renovar a esperança e confiança dos enfermeiros através do diálogo social e da negociação coletiva. Assumimos que o nosso compromisso é a defesa intransigente dos interesses dos enfermeiros e, em particular, dos nossos associados.

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O SNE tem a ambição de ser o sindicato mais próximo dos enfermeiros, mais intransigente na defesa da valorização dos enfermeiros, mais focado no bem-estar dos enfermeiros, mais inovador e digital na comunicação com os enfermeiros, em particular, e com a população, em geral e também mais sustentável a nível ambiental.

A nossa ação dará prioridade ao reforço da participação dos enfermeiros na definição das políticas de saúde, utilizando a evidência científica disponível e o reforço da participação nos diferentes níveis de decisão nacionais e europeus. A promoção da formação sindical, as parcerias institucionais e a maximização dos benefícios aos nossos associados também estarão na linha da frente.

Deste modo, elegemos como as nossas “bandeiras”:

  • Dar prioridade à negociação coletiva em todos os setores (público, privado, misericórdias, RNCCI, IPSS);
  • Garantir a abertura de concursos anuais para todas as categorias: enfermeiro, enfermeiro especialista e enfermeiro gestor;
  • Exigir a contagem de todo o tempo de exercício profissional dos enfermeiros, independentemente do contrato de trabalho, para a progressão na carreira;
  • Defender a atualização das tabelas remuneratórias para valores semelhantes a outras carreiras especiais com o mesmo grau de complexidade funcional máximo na Administração Pública (Grau 3);
  • Garantir a implementação do subsídio de risco ajustado à complexidade, penosidade, desgaste rápido e riscos diários dos enfermeiros nos diferentes locais de trabalho;
  • Reintroduzir a redução da idade da reforma que tenha em atenção as características específicas do trabalho dos enfermeiros;
  • Incluir a valorização do percurso académico na progressão da carreira (subida de posições remuneratórias no caso de mestrado e doutoramento);
  • Aplicar o regime de dedicação plena, em condições iguais a outras carreiras especiais com o mesmo grau de complexidade funcional máximo na Administração Pública (Grau 3);
  • Introduzir incentivos para fixação no interior em condições iguais a outras carreiras especiais com o mesmo grau de complexidade funcional máximo na Administração Pública (Grau 3).

Estes são os nossos valores e estas são as nossas bandeiras, contamos convosco para renovar a esperança e a confiança das Enfermeiras e dos Enfermeiros.