Leitão Amaro associou o consumo de álcool aos acidentes rodoviários. No dia seguinte, o sindicato convocou uma greve. O ministro chegou a horas ao seu local de trabalho.

Às sextas os professores ou o pessoal auxiliar, regra geral, fazem greve. Os filhos dos governantes têm sempre aulas.

Quando há um grupo profissional descontente há recurso ao uso da greve como forma de mostrar esse descontentamento, que, por norma, afeta apenas e só os utilizadores/beneficiários dos serviços.

Para que fique claro a greve é um direito fundamental.

Quando os trabalhadores iniciaram a sua luta pela conquista dos seus direitos nasceu o sindicalismo, estávamos no século XIX. Foi acima de tudo uma resposta à industrialização e à exploração massiva dos trabalhadores. As primeiras associações de trabalhadores eram ilegais em muitos países, levando a lutas clandestinas por direitos básicos. O sindicalismo ganhou força com a regulamentação do trabalho, reconhecimento de sindicatos e a institucionalização de direitos como jornada de trabalho de 8 horas.

Agora, em pleno século XXI, com a globalização e o avanço da inteligência artificial, os sindicatos enfrentam novos desafios e necessitam de se reinventar. Se outrora eram uma associação espontânea de trabalhadores unidos por uma causa, hoje, os sindicatos são associações burocráticas e com uma hierarquia elevada e distante das suas bases.

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As novas formas de trabalho, como o trabalho à distância, ou as novas organizações de trabalho como é o caso das plataformas de transporte, obrigam a novas formas de sindicalismo.

A greve é uma arma dos trabalhadores, com ela mostram o impacto da sua força laboral. Contudo, tornou-se apenas o único recurso da atividade sindical. Apenas o único. O que prejudica os utilizadores/beneficiários de um serviço. O que gera descontentamento e retira força/empatia para com a causa trabalhista. A banalização deste instrumento também lhe retira força e impacto.

O sindicato precisa de se tornar fluído neste novo mercado de trabalho que se está a consolidar. Se outrora na economia capitalista estes se tornaram o aliado principal da classe trabalhadora. Nesta economia de vigilância que ainda estamos a conhecer, estes revelam-se arreigados a um passado laboral que já não existe e que está em transformação.

Ora, irá sempre ser necessário uma força de reivindicação e defesa dos direitos de quem trabalha. Os trabalhadores precisam de estar ligados e conectados para serem voz. Os sindicatos servem esse propósito, porém precisam de se reinventar. Precisam de conhecer novas formas de luta. Como organizar greves num mercado de trabalho em que muitos trabalhadores trabalham remotamente ou em plataformas digitais?