Ser ambientalista agora é muito fácil. A imprensa está cheia de notícias sobre os riscos ambientais que o planeta enfrenta e parece que traz votos.
Qualquer oportunista com meia dúzia de frases feitas como “baixo carbono” ou “ não há planeta B” pode arvoar-se em ecologista e desprezar o trabalho feito, desde 1970, por cidadãos, políticos e organizações não‑governamentais para sensibilizar a opinião pública e os governos para a dimensão dos riscos que um modelo insustentável de consumo colocava o nosso planeta.
Na prática é surfar na onda das políticas da União Europeia, que criticam, tornando-as como suas.
Nos anos 80 o país enfrentava desafios maiores em termos de desenvolvimento e o ambiente não dava votos. Nessa altura era necessário possuir coragem intelectual para enfrentar todos aqueles que ridicularizavam os ideais ambientalistas ou mesmo coragem física, como no caso do Eng. Carlos Pimenta Secretário de Estado do Ambiente do PSD, que, apesar de muitas ameaças de morte, avançou com as demolições das construções ilegais que invadiram as nossas praias. Mudou-se o paradigma da construção clandestina que foi continuado com Macário Correia que entre outras iniciativas tomou as primeiras medidas na luta contra o ruído.
Se isto é ecologiazinha?
O PSD, com coragem e visão, e agora com Carlos Borrego e Teresa Gouveia, fez as reformas e garantiu os financiamentos comunitários que permitiram mudar completamente o setor do saneamento básico, lançando os projetos e as obras que permitiram melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e despoluir o nosso país , as nossas praias, o abastecimento público de água os resíduos e a politica do ambiente urbano. Portugal não seria hoje um destino de excelência sem estes investimentos.
Se isto é ecologiazinha?
Alguma informação adicional para os partidos que só agora começaram a falar de ambiente:
– Portugal poderia hoje ter 5 centrais nucleares se não fosse o papel de Carlos Pimenta e Francisco Sousa Tavares na luta contra o Plano Energético Nacional de 1985;
– Também com Carlos Pimenta foi possível evitar a instalação de um depósito de resíduos nucleares espanhóis na fronteira portuguesa junto ao Douro em 1987.
Se isto é ecologiazinha?
– Foi durante Presidência Portuguesa e com a liderança e empenho do Ministro do Ambiente do Governo PSD, Carlos Borrego, que a União Europeia aderiu à Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, assinada em 1992 na Conferência do Rio sem a qual não teria existido o Acordo de Paris.
Também com Carlos Borrego foi preparado o Primeiro Plano Nacional do Ambiente.
Se isto é ecologiazinha?
– Foi com Eduardo Martins como Secretário de Estado que se resolveu o problema dos resíduos industriais perigosos, evitando a sua incineração nas cimenteiras – proposta do PS-e criando os CIRVER percursores da economia circular.
Se isto é ecologiazinha?
E muito mais se podia dizer mas, mais recentemente o anterior Governo liderado pelo PSD lançou o roteiro de baixo carbono em que já se previa a descarbonização da economia nacional assim como o quadro estratégico para as alterações climáticas. Nenhum dos partidos que agora falam de descarbonização da sociedade contribuiu para esta estratégia. E muitas outras iniciativas foram tomadas como o Compromisso para o Crescimento Verde.
Se isto é ecologiazinha?
O líder do PAN devia estudar a evolução das políticas de ambiente em Portugal.
Onde é que estava quando se teve de lutar e vencer as chuvas ácidas e a camada do ozono? O PSD e os governos do PSD estiveram na primeira linha com muitos outros.
Recomenda-se ao líder do PAN humildade e sobretudo evitar a arrogância, de alguém que, para além da biodanza, nunca foi visto ou deu qualquer contributo como cidadão para a defesa das causas ambientais em Portugal antes de, através do PAN, “cavalgar” as causas ambientais.
Estas são as características dos verdadeiros defensores do ambiente porque sabem que só com o esforço de todos se atingem os objetivos. E para um sucesso efetivo é necessário ter uma política ambiental sem demagogia e centrada nas pessoas: na sua capacidade de participar nesta transição e de dela retirar os benefícios consequentes. Essa é, aliás, uma das marcas que mais distingue o PSD do restante panorama partidário, visível tanto nos resultados do Conselho Estratégico Nacional sobre esta matéria como no próprio Programa Eleitoral do PSD.
Já agora gostaria de perguntar a Catarina Martins: qual é a estratégia de descarbonização quando, ao longo deste mandato, o BE quis a todo o custo taxar as energias renováveis, se opôs à construção de barragens, à energia eólica e à exploração de lítio? Será que preferem a energia nuclear?