Estamos a atravessar um período em que a escola tem de se concretizar à distância recorrendo às tecnologias e às competências digitais dos envolvidos, obrigando à mudança do paradigma da Educação em Portugal.

Uma distância que se faz de presença constante nas respostas, sejam as que revestem natureza pedagógica e de consolidação de conhecimentos, agora por via mais tecnológica, ou as de natureza mais operacional a cargo da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).

De forma muito célere foi montada uma estrutura de acolhimento nas cerca de 700 escolas de referência para as crianças descendentes de profissionais de serviços essenciais ao sistema, que de forma resiliente dão o melhor de si à comunidade envolvente.

Igualmente as crianças mais vulneráveis beneficiam do direito à alimentação, essencial ao seu crescimento e desenvolvimento. Milhares de refeições diárias asseguradas quer pelo Ministério da Educação, quer pelas autarquias, demonstram a importância da função social imprescindível da escola e igualmente do poder local.

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Estas relevantes respostas irão prosseguir no período das férias da Páscoa, porque as necessidades sociais são manifestas e o serviço público da Educação faz- se de um contínuo – ou como agora se podia invocar, nas impressivas palavras de Eugénio de Andrade, “é urgente permanecer”.

De igual modo, é necessário proceder a todas as adaptações necessárias na operacionalização dos procedimentos, de forma a não pôr em causa a necessidade de isolamento social a que esta epidemia nos obriga.

Assim, foi alterado recentemente o modo de funcionamento neste ano da candidatura ao Concurso Externo de Professores 2020/2021, tendo sido permitido a todos os opositores ao concurso a apresentação de documentos por via digital, evitando-se as deslocações e a sua entrega presencial.

Por seu turno, a nova ferramenta E72 (horas) recentemente criada, para dar respostas mais rápidas e de qualidade aos interlocutores que abordam a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), tem mostrado a sua eficácia e utilidade. Com efeito, em cerca de semana e meia foram recebidas 850 comunicações, numa média de 95 comunicações por dia, tendo sido prontamente respondidas perto de 90% das questões, não existindo qualquer comunicação a aguardar resposta mais de 72 horas.

A nossa missão, o nosso imperativo indeclinável é garantir aprendizagens essenciais aos nossos alunos, apoiar os nossos professores e pessoal não docente e estimular as direções escolares.

Neste momento particularmente difícil e de isolamento social, temos de incutir confiança no sistema educativo, especialmente aos pais e encarregados de educação que sabem que podem contar com a Escola Pública, que se afirmou ao longo dos tempos como um dos maiores sucessos da Democracia.

A nossa casa é agora o centro das tarefas domésticas, profissionais e académicas, onde se exige muito a todos os membros da família, numa conciliação por vezes áspera que se mescla de tensões inevitáveis e desafios psicossociais, mas que só a partilha, a serenidade e o equilíbrio podem resolver positivamente.

Há que evitar o conflito, para não sujeitar as nossas crianças a atitudes violentas e de pressões negativas dos adultos que, ao invés, devem dar-lhes reforço, afeto e confiança.

Tal como recomenda a UNESCO, temos de criar comunidades de professores, pais e diretores de escolas para combater o sentimento de solidão e de desespero, facilitando a troca de experiências e discussão de estratégias para enfrentar as dificuldades.

Estamos juntos na luta contra esta adversidade coletiva, porque nunca foi tão necessário e urgente permanecer, afinal a coragem é a dignidade sob pressão, como nos disse Ernest Hemingway.

Sejamos todos CORAGEM!