Portugal já deu provas de ser um país exemplar na organização de grandes eventos.

A Expo 98, o Euro 2004, a Websummit ou a Cimeira dos Oceanos são exemplos bem sucedidos da nossa capacidade organizativa em situações de extrema complexidade e exigência.

Contudo, estas jornadas, pela sua dimensão humana ímpar e dispersão por diversos locais ao longo de 6 dias, faziam antever uma particular mobilização de meios e implicavam elevados níveis de estratégia e de operacionalidade ao nível da segurança interna.

Portugal é hoje um dos países mais pacíficos e seguros do mundo e para isso concorre a qualidade e coordenação das nossas Forças e Serviços de Segurança e também as características de um povo tendencialmente pacífico e acolhedor.

A segurança é mesmo um ativo estratégico da sociedade e da economia e Portugal ocupa um lugar assinalável. Tal como referiu o Secretário-Geral da Segurança Interna na sua tomada de posse: “Não podemos considerar esta vantagem competitiva como um dado adquirido, pelo que é em tempo de bonança securitária que se podem testar sistemas e planos operacionais”.

Estas jornadas poderiam, contudo, ser um momento propício para colocar em crise essa classificação, até porque as ameaças à segurança dos Estados são cada vez mais globais e híbridas.

Os atentados, o terrorismo, os ciberataques e o crime organizado tentam sempre encontrar a oportunidade de semear o medo em momentos de massas.

Mas, efetivamente, ninguém teve medo e o sentimento de segurança foi uma constante em todos os palcos, locais e trajetos onde decorreu a JMJ e onde esteve o Papa Francisco.

Afinal, em cada esquina, em cada rua, sentimos o rosto humano das nossas Forças de Segurança, cerca de 16 mil homens e mulheres que prestigiaram mais uma vez Portugal.

Há que continuar a avançar com a estratégia integrada de segurança urbana que orientará as políticas públicas de segurança e que contou com 400 contributos da sociedade civil, associações, administração central e autarquias. Este é, sem dúvida, o caminho que se impõe .

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Como cidadã portuguesa, apenas posso dizer aos operacionais envolvidos: Muito obrigada!

Como parlamentar, apenas posso desejar que o diálogo prossiga visando a sua contínua valorização e dignificação aos mais diversos níveis.

O Papa Francisco já enfatizou que estas foram as jornadas mais bem organizadas de sempre e nas suas mensagens apelou a uma Igreja aberta a todos e para todos.

Essa elevada organização passou necessariamente pela Igreja Católica, pelo Governo e Autarquias envolvidas, de que destaco a de Loures, uma vez que foi o Parque Tejo que acolheu os dois maiores eventos (3 milhões de pessoas na vigília e na Missa de Envio).

Para esta bem sucedida realização coletiva foram ainda essenciais os 30 mil voluntários, a Proteção Civil, as Corporações de Bombeiros, o INEM e todos os jovens peregrinos que cultivaram uma conduta de alegria, de serenidade e partilha.

Mas se a segurança e salvaguarda da ordem pública, condição básica ao exercício das nossas liberdades, não estivesse bem coordenada e não tivesse sido tão eficaz não teríamos projetado essa imagem de País seguro que soube aliar de forma equilibrada a prevenção, a táctica operacional e uma excelente estratégia de segurança interna.

Tal como diz o hino das jornadas:

Não olhes para trás, não digas que não.
Ouve o teu coração,
E parte, sem medo, nesta missão.

E que missão bem sucedida!

Parabéns Portugal, que soube ser inteiro e ouviu o seu coração de país tolerante e aberto ao mundo.