Celebrámos nestas últimas semanas o tempo das festas, do convívio, da união e do calor da família. Um período de luz que marca o nascimento e a entrada num novo ano, o começo de um novo ciclo. Uns dias antes da consoada, as casas começam a ficar preenchidas com os vossos filhos e netos, vindos de outras paragens, à procura do vosso abraço e do conforto de casa. É o tempo de matar saudades, de saber o que se passa, lá e cá, das novidades e o que está por vir. Nestes dias, entre lanches e jantares, há reencontros entre os amigos e colegas de escola e de faculdade. Nas conversas à mesa, a política, que não é rainha, acaba por acompanhar o bolo rei. À alegria do reencontro, junta-se a apreensão, o desgaste e frustração no tom das palavras que levam ao tema das eleições de março deste ano.

Queremos sempre aproveitar estes momentos em família ao máximo; queremos que durem para sempre, mas inevitavelmente o mês de dezembro e janeiro fica marcado pelas chegadas e pelas partidas. Era bom estarmos todos sempre por perto, sem o horizonte da partida e é por isso que vos escrevo esta carta.

Eu não era nascida quando a Aliança Democrática (AD) formada pelo PSD de Sá Carneiro, o CDS de Freitas do Amaral e Amaro da Costa e o PPM de Gonçalo Ribeiro Telles de 1979 lançou as bases de um projeto reformador da jovem democracia portuguesa. Naquele tempo, a AD definiu como pilares do seu projeto uma “economia nova”, uma “melhoria efetiva do bem-estar e da segurança social”, uma “educação para a liberdade e o trabalho”, e um “Estado descentralizado e eficiente”. É inegável que muitas coisas melhoraram significativamente desde 1979 em Portugal. Mas, no ano em que celebramos 50 anos do 25 de abril o que marca os nossos dias é o deficiente funcionamento do Serviço Nacional da Saúde, com graves problemas nas urgências e a falta de médicos de família, os baixos salários e a inflação, as dificuldades no acesso à habitação, os protestos das forças de segurança. E é por isso que tenho amigos, colegas e conhecidos fora e outros tantos a quererem partir. Que futuro para os jovens no país? A ganharem 1000 euros ou menos? A contarem os tostões a cada mês? A viverem em casa dos pais depois dos 30? A adiarem a constituição das suas famílias? Não. O destino de muitos deles será sair do país à procura do conforto e da liberdade que aqui não têm.

Tal como em 1979 (que provavelmente recordam bem) e apesar de um contexto diferente do daquela época, temos a possibilidade de escolher uma alternativa.

Uma alternativa que privilegia o crescimento económico, a prosperidade e a esperança. Uma alternativa que quer baixar os impostos, apoiar o investimento, valorizar os trabalhadores do setor público e do setor privado, trazer a paz às escolas, e garantir o acesso condigno dos portugueses à saúde.

Uma alternativa que dê condições para todos, novos e menos novos, viverem em Portugal e serem felizes no seu país. A alternativa de solidariedade intergeracional, que apoia as novas gerações e cuida dos mais velhos.

Esta AD é a possibilidade de desenhar um caminho diferente, de construir um país mais livre.

Aquilo que vos peço, que os jovens pedem é uma oportunidade. A oportunidade de todos juntos virarmos a página do conformismo, do miserabilismo e da resignação. Podemos construir um país rico, de salários altos, com serviços de saúde de excelência. Um país que não esteja sucessivamente a ser ultrapassado por países com menos condições para o sucesso que Portugal.

A AD sob a liderança do PSD é, pois, o balão de oxigénio para podermos fazer diferente. Para arriscarmos. Para que os jantares de consoada se possam repetir todos os domingos, com toda a família à mesa, e não apenas uma vez por ano.

Nestas eleições legislativas não se trata apenas de escolher um líder. Trata-se, sim, de escolher um futuro!