O Banco Espírito Santo de Investimento anunciou na terça-feira que Ricardo Salgado renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do banco.

O anúncio foi feito num comunicado do BES Investimento (BESI) enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 4.º do Regulamento da CMVM n.º 5/2008, o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (“Banco”) informa que o Senhor Dr. Ricardo Espírito Santo Silva Salgado apresentou a sua renúncia ao cargo de Presidente do Conselho de Administração do Banco”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

O BESI é liderado por José Maria Ricciardi, que ontem o Observador noticiou ter vendido quase todas as ações que tinha do BES. Salgado e Ricciardi, membros da família Espírito Santo, têm estado em posições opostas no que respeita às soluções para o Grupo.

Novo Conselho Estratégico em dúvida

O Conselho Superior da família Espírito Santo reúne hoje para reabrir o dossiê do futuro do grupo. Segundo o Diário Económico, a família Espírito Santo admite sair do novo Conselho Estratégico que está previsto ser criado, como órgão consultivo. No limite poderá até deixar cair este novo organismo, num sinal de que a família está a dar novos passos para reforçar a credibilidade do projeto e tentar que os accionistas e Banco de Portugal aceitem os novos planos. Ainda não é certo se a própria solução Amílcar Pires fica como candidato à gestão do BES ou se é substituído ainda no cargo por uma solução mais consensual.

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Se a ideia avançar, o apelido Espírito Santo deixará de figurar em qualquer órgão social do BES, embora o banco continue a contar com vários descendentes do fundador entre os seus altos quadros, anota o jornal.

Plano de reestruturação quase pronto

Falta ainda, para o quadro ficar completo, o GES ultimar o plano de reestruturação, urgente tendo em conta a situação financeira do grupo. A venda de ativos e a conversão de dívida em capital parece provável, sabendo-se agora que isso implicará não só o reforço da PT , mas a entrada da Petróleos da Venezuela no capital do BES, já que a petrolífera é, segundo o Jornal de Negócios, um dos maiores credores do banco.