Joaquim Goes pode vir a ser a solução de consenso entre os cinco ramos da família Espírito Santo e o Banco de Portugal para suceder a Ricardo Salgado na liderança executiva do Banco Espírito Santo (BES). A notícia, avançada pelo Expresso, dá conta de que, neste cenário, o gestor favorito do atual presidente do BES pode ter perdido as hipóteses de chegar a ser presidente da instituição financeira.

De acordo com o jornal, Joaquim Goes não estava nas primeiras listas de candidatos ao lugar de Ricardo Salgado no BES. As primeiras sugestões, conhecidas em novembro, incluíam José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis Espírito Santo, Bernardo Abecassis e Amílcar Morais Pires, o candidato que acabaria por ser a primeira escolha de Ricardo Salgado e que estava no centro de uma investigação do Ministério Público na sequência do processo Monte Branco.

O semanário afirma que a discussão à volta da lista dos novos administradores foi alargada a mais acionistas para que seja alcançado um consenso sobre o sucessor de Ricardo Salgado. A proposta inicialmente apresentada pela Espírito Santo Financial Group, o maior acionista do BES, com 25,1% das ações, previa a promoção de Morais Pires. Mas, explica o Expresso, a falta de aval do Banco de Portugal sobre este nome deu a entender que o mesmo não seria aceite.

Agora, é necessário apresentar uma lista que dispense a espera de um mês durante o qual o banco fique em suspenso, o que pode vir a retirar pressão do mercado sobre as ações, que caíram a pique esta segunda-feira. O nome de Joaquim Goes reúne o consenso de Ricardo Salgado e de José Maria Ricciardi, Resta saber, conclui o Expresso, se também reúne consenso entre os restantes acionistas, que incluem o Crédit Agricole, aliado do BES desde o regresso do Grupo Espírito Santo a Portugal, em meados dos anos 1980.

Tudo isto acontece numa altura em que as fissuras no interior da família se aprofundam. Ricardo Salgado, que presidia ao conselho de administração do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), demitiu-se do cargo em rutura com José Maria Ricciardi, líder executivo da instituição. A notícia, revelada pelo Diário Económico, surge no mesmo dia em que o BES comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que Ricciardi alienou a maioria das ações que detinha no capital do banco, mantendo apenas um lote de cem títulos, depois de ter anunciado a renúncia a todos os cargos que ocupava na estrutura do Grupo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR