O Banco de Portugal voltou hoje a enviar um comunicado a garantir que os fundos confiados ao BES estão seguros e que “os seus depositantes podem estar tranquilos” e defende-se, dizendo que a situação no GES foi detetada numa das auditorias mandadas realizar pelo Banco de Portugal no final de 2013.

“A situação do ramo não financeiro do GES foi detetada na sequência de uma auditoria transversal realizada por entidade independente por determinação do Banco de Portugal, no final de 2013, aos oito maiores grupos bancários portugueses. (…)Importa sublinhar que esta auditoria concluiu um ciclo de quatro ações transversais de inspeção desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 e que permitiram uma revisão aprofundada das carteiras de crédito dos principais bancos portugueses”, afirma o Banco de Portugal num comunicado enviado às redações.

Para além de dizer que foi das auditorias que mandou fazer que sai o conhecimento do problema no GES, o banco central e supervisor diz que foi na sequência das conclusões dessa auditoria que foram determinadas “várias medidas destinadas a salvaguardar a posição financeira do BES relativamente aos riscos emergentes do ramo não financeiro do GES”.

A instituição liderada por Carlos Costa volta a tentar acalmar os investidores e o mercados com mais uma garantia de que o banco está sólido e que as garantias dadas pelo BES esta quinta-feira pouco antes da meia noite em comunicado ao mercado demonstram que o banco tem capacidade para aguentar eventuais perdas provenientes do GES sem sequer baixar os rácios de capital abaixo do mínimo legal exigido.

“Em face do comportamento especialmente adverso no mercado de capitais nacional decorrente da incerteza latente sobre a situação financeira do Banco Espírito Santo, S.A. (BES), o Banco de Portugal esclarece que, tendo em conta a informação reportada pelo BES e pelo seu auditor externo (KPMG), o BES detém um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição assumida perante o ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo (GES) sem pôr em causa o cumprimento dos rácios mínimos em vigor”, diz o banco central.

As ações do BES chegaram a perder mais 17% nas negociações desta quinta-feira, até serem suspensas de negociação pouco antes das 13:00.
Pelo mundo inteiro, o BES fez manchete nos jornais internacionais pelas piores razões, com muitos analistas a indicarem os problemas no banco como a razão para uma queda geral, incluindo nos EUA, que levou mesmo alguns bancos e empresas a cancelarem emissões de dívida e entradas em bolsa.

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