O défice orçamental das administrações públicas quadruplicou em apenas um mês e atingiu os 4.192 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, sendo mesmo superior em 149 milhões de euros ao registado no primeiro semestre do ano passado, informou nesta quarta-feira a Direção-Geral do Orçamento.

No comunicado sobre a síntese de execução orçamental dos primeiros seis meses do ano, o Ministério das Finanças justifica o aumento do défice com a despesa com o pagamento dos subsídios de férias (que no ano passado aconteceu apenas por altura do subsídio de natal) e do aumento da despesa com salários, após o chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes salariais decidido no final de maio, e o pagamento de juros.

Na síntese de maio, o défice das administrações públicas até ao final de maio foi de 1.008,7 milhões de euros. O aumento em apenas um mês do défice acaba por ser de 3.183,3 milhões de euros.

O maior agravamento nas contas foi no subsetor Estado, onde se contam os serviços do Estado sem autonomia financeira (como os Ministérios e institutos), que viu o seu défice agravar-se em mais de três mil milhões de euros de maio para junho.

O défice da administração regional quase duplicou, em grande parte devido défice da Região Autónoma da Madeira que subiu de 166,2 milhões de euros para 279,7 milhões de euros. As contas dos Açores até tinham um saldo positivo até maio, de 17,7 milhões de euros, mas a Região tem agora um défice de 12,2 milhões de euros. Só a Segurança Social viu as suas contas melhorarem, tendo o saldo positivo aumentado 131,6 milhões de euros.

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