O vereador da Proteção Civil na Câmara de Lisboa negou nesta terça-feira ter acusado o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ou a Proteção Civil pelos danos causados pela chuva de segunda-feira, afirmando que deram uma “resposta notável”. “Não acusei, não me queixei, nem desconsiderei os serviços”, disse Carlos Castro na reunião da Assembleia Municipal.
Na segunda-feira, Carlos Castro criticou o IPMA por não ter previsto tanta chuva, acrescentando que a cidade teve de se preparar “à última da hora”. “Houve uma grande precipitação. As informações que nós tínhamos do IPMA não iam nesse sentido, portanto a cidade teve de se prevenir à última da hora, uma vez que não tinha sido lançado aviso laranja para o distrito de Lisboa”, disse numa conferência de imprensa convocada devido ao mau tempo.
Hoje, frisando que o que ocorreu foi uma “situação anormal” de uma forte chuva que coincidiu com “o pico da maré”, o vereador socialista defendeu que “o que interessa é que a resposta dada pelo Regimento dos Sapadores Bombeiros, a Proteção Civil, os bombeiros voluntários e as juntas de freguesia foi notável”. “Houve uma excelente coordenação dos serviços”, acrescentou.
Afirmando que as freguesias mais afetadas foram as de São Domingos de Benfica, Avenidas Novas, Santo António, Santa Maria Maior, Arroios e Alcântara, o autarca frisou que “todas as sargetas tinham sido limpas há poucos dias”. Para demonstrar que todas as autoridades envolvidas desenvolveram um bom trabalho, Carlos Castro lembrou que “poucas horas depois [da forte chuva] já se circulava sem problemas na cidade”.
“Este foi um fenómeno que não controlamos ou prevemos com muita antecedência, mas foi respondido de forma exemplar. Não estamos aqui para encontrar culpados. Era preciso encontrar soluções e essas soluções foram encontradas”, concluiu o vereador, que agradeceu ainda a “todos os homens e mulheres” envolvidos nas operações socorro e limpeza.
Na reunião da Assembleia Municipal, o deputado do PCP Carlos Silva Santos acusou a Câmara de Lisboa de falta de prevenção e de manutenção adequada. “Bastou uma bela chuvada para pôr em causa os sistemas municipais e a sua interação com os serviços transferidos para as freguesias”, disse.
Afirmando que a “maior parte dos pisos não foi reparado a tempo”, o deputado considerou que as “chuvas próximas vão desencadear o aparecimento de uma epidemia de buracos na cidade”.
O deputado do CDS-PP António Ferreira de Lemos questionou o executivo sobre as declarações da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil, que acusou autarquias e empresas de negligenciarem o planeamento, contribuindo para agravar as consequências do mau tempo, como as inundações, mas não obteve resposta.