Sim, a Coreia do Norte tem internet. Mas é ferramenta com acesso restrito, depende de autorização do Governo e os computadores não são fiáveis.
Só para ter um computador na Coreia do Norte é necessário uma autorização do governo. Todos os computadores pessoais estão registados na polícia e ter uma máquina de fax é totalmente proibido. Os DVD das telenovelas sul-coreanas são tão ilegais no país que existem boatos de execuções devido a isso.
Na segunda-feira, a pouca internet a que o país tem acesso foi cortada e as razões ainda não são conhecidas. De acordo com a Vox, se alguém for até à Coreia do Norte e perguntar a uma pessoa comum, que não more na capital, por um spot de internet, o mais provável é que ele não saiba do que estamos a falar.
Já em Pyongyang, os norte-coreanos podem assumir que estão a falar da “Kwangmyong” (Estrela brilhante, em coreano), a internet censurada do país. Trata-se de uma rede fechada que funciona com base num sistema japonês pirateado da Microsoft que se faz parecer com a internet, mas não é. Ao aceder, é possível encontrar uma seleção de sites que foram copiados e editados da internet real pelo governo, explica a Vox.
Esta rede está disponível à população em escritórios, universidades e ciber-cafés de Pyongyang.
E esqueça os Macbooks, porque não vai encontrar lá nenhum à venda. O único tipo de computadores que se pode utilizar e comprar na Coreia do Norte são os Morning Panda, que são fabricados por uma empresa governamental.
A “verdadeira” internet
Na verdade, só um pequeno grupo de privilegiados – estima-se que pouco mais de uma centena de pessoas – tem acesso real à internet. Na maioria, são funcionários do governo. Existem tão poucos utilizadores de internet na Coreia do Noite que o país com 25 milhões de habitantes só tem 1.024 IPs registados.
A ligação à internet na Coreia do Norte é proveniente da China, através da empresa multinacional das comunicações Unicon. Porém, existe ainda mais uma rasteira. Os computadores Morning Panda não são fiáveis, nem conseguem manter uma ligação à internet estável. Para os membros da elite norte-coreana acederem à internet têm de contrabandear computadores do estrangeiro, conta a Vox.
Ainda assim, nem todos que acedem à internet na Coreia do Norte são membros da elite. Alguns departamentos do país precisam de internet para funcionar, mas os seus funcionários são altamente privilegiados de forma a comprar a sua confiança.
É aí que trabalham os hackers que atacaram a Sony? Não se sabe.