A conferência de Davos, promovida anualmente pelo Fórum Económico Mundial, começa esta terça-feira e tem na agenda a luta contra as crescentes desigualdades económicas em todo o mundo.
Ainda esta segunda-feira essas mesmas desigualdades foram reconhecidas pela Oxfam. Segundo aquela organização não-governamental britânica, em 2016 o património de 1% da população mundial será maior do que o dos restantes 99%. Perante esse cenário e para fazer face às críticas de que a conferência de Davos não tem efeitos práticos na diminuição das desigualdades entre ricos e pobres, o Fórum Económico Mundial publicou um relatório onde pede aos governos que tomem medidas que melhorem a educação, o combate à corrupção, os serviços públicos e os salários dos trabalhadores.
“Se há um largo consenso internacional sobre a necessidade de desenvolver novos e melhores modelos de crescimento, pouco se fez no que às políticas concretas diz respeito”, refere o relatório, citado pelo jornal inglês Guardian, que teve acesso ao documento. O relatório, estruturado em 14 pontos que incidem sobre diversos aspectos do desenvolvimento dos países, pretende ser um guia para a atuação dos governos de todo o mundo na luta contra as desigualdades. Ainda este domingo, António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, escreveu um artigo para o Fórum onde referia que a instituição a que preside “nunca tinha tido de tratar de tanta miséria humana nos seus 64 anos de História” como hoje.
A conferência de Davos começa terça-feira naquela cidade suíça, nos Alpes, reunindo cerca de 2.500 líderes económicos, académicos e governamentais de todo o mundo para discutir o “novo contexto global” em diversas áreas: a escassez de recursos naturais, as capacidades laborais, a igualdade entre géneros, o investimento em infraestruturas, a agricultura e a segurança alimentar, o investimento e comércio internacional, o futuro da internet, a corrupção, a inclusão social e a economia.