Tinha 17 anos quando encontrou um vídeo de oito segundos com 4 milhões de visualizações a fazer pouco da “mulher mais feia do mundo”. Demorou pouco tempo para Lizzie Velásquez descobrir que era ela a quem o vídeo fazia referência. A então adolescente chorou durante noites inteiras, depois de ler os comentários ao vídeo publicado no YouTube. O relato é dado pelo ABC.

Lizzie sabia que era diferente. Nasceu com Síndrome de Marfan, que tornava os seus membros demasiado longos e tinha lipodistrofia, que a impedia de ganhar peso. Foi educada sem que tivessem tornado essas doenças o cerne da sua vida e apenas se deu conta das suas condições físicas quando chegou ao jardim de infância. Mas depressa aprendeu a ultrapassar essa questão. “Basta seres quem tu és, sorrires de cabeça erguida”, aconselharam os pais.

Só que depois veio a adolescência e aquele vídeo do youtube. E custos mais a ultrapassar. Mas dez anos depois do choque, ela tentar outra vez dar a volta por cima.

Pouco depois de ter completado 27 anos, Lizzie, que pesa apenas 27 quilos, está sob as luzes da ribalta. Não propriamente por causa das suas doenças raras, que também não a permitem ver do olho direito, mas por causa de um documentário baseado na sua vida para combater o bullying.

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“A Brave Heart” estreia sábado no Teatro Paramount de Austin, nos Estados Unidos da América, e foi dirigido pela jovem Sara Bordo. O documentário inclui-se no festival de música, cinema e tecnologia interativa, “South by Southwest”.

O momento mais revelador do filme acontece quando o médico  Atul Chopra explica à debilitada Lizzie do que padece exatamente. Acabada a incerteza, a jovem mulher compromete-se a ser um símbolo da luta contra o bullying. “Apesar da minha vida ser dura durante alguns momentos, outros podem estar a passar por dificuldades piores”, relativiza Lizzie, que também já discursou — com muito sucesso — nas conferências TEDx. (veja o vídeo)

https://www.youtube.com/watch?v=j1sI2elU65U