Foi lançada uma ação judicial contra dezenas de produtoras vinícolas na Califórnia, Estados Unidos da América, pela alegada presença de níveis “perigosos” de arsénio inorgânico nas bebidas. A acção fala em conduta “negligente” e “enganosa”. A ação foi lançada a 19 de março, segundo o canal norte-americano CNN.
A ação não contempla alegações diretas de danos físicos em consumidores de vinho californiano, mas requer indemnizações às empresas contestadas e que estas especifiquem nos rótulos das garrafas os riscos do consumo de arsénio inorgânico. As notícias que começaram na semana passada geraram uma onda de medo entre os consumidores de vinho americano, levando a um elevado nível de partilhas nas redes sociais do nome das empresas postas em causa nas redes sociais.
Deverão os consumidores começar a procurar outras alternativas ao vinho californiano, ou será que a ação judicial serve apenas para atacar a credibilidade das produtoras?
A maioria das empresas em causa afirmou à CNN que o seu vinho era seguro para consumo. Outras, recusaram-se a comentar. O Wine Institute, uma associação de produtoras de vinho na Califórnia, afirmou que as acusações são “falsas e enganosas”, acrescentando que existe uma grande preocupação de que aquela a que chamam uma “campanha de publicidade irresponsável ” possa “assustar o público” e levá-lo a pensar que “o vinho não é seguro para o consumo, o que é obviamente falso”. A associação representa mil vinícolas da Califórnia, incluindo 10 dos réus.
Segundo o processo, três laboratórios separados efetuaram testes de arsénico e confirmaram de forma independente que o vinho produzido pelas empresas acusadas continha níveis “perigosos” de arsénio inorgânico. Em alguns casos, os resultados apontavam para níveis muito superiores ao que é considerado aceitável.
Segundo os denunciantes, “apenas um copo ou dois destes vinhos” por dia podem, ao longo do tempo, “resultar em toxicidade arsénica perigosa para o consumidor”.
Um porta-voz da empresa de relações públicas que representa os denunciantes e a BeverageGrades, a empresa que realizou o estudo, afirmam que os seus dados têm por base um estudo científico. Contudo, recusam revelar a metodologia utilizada para formular os testes ou dar dados específicos.