O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa considerou nesta terça-feira que a pobreza e a desigualdade social não podem deixar de ser “nucleares” nos programas de Governo e de um candidato à Presidência da República.

Num debate sobre pobreza e desigualdade social, que decorreu hoje em Lisboa, o candidato considerou que a questão “não pode deixar de ser nuclear em qualquer programa de Governo, mas não pode também deixar de ser nuclear e central num programa de candidatura à Presidência da República, que tem pelo menos essa imensa possibilidade de dar voz a certas coisas, de dar visibilidade a certas causas, de trazer para o debate público e para o debate de todos muito problemas”.

O candidato à Presidência da República declarou também que as causas sociais “não podem deixar de ser assumidas ao mais alto nível e, se elas forem desde logo assumidas no processo e num programa de candidatura, terão a legitimidade de uma eleição democrática por sufrágio universal e não poderão ser ignoradas por ninguém”.

António Sampaio da Nóvoa, que apresentou a intenção de se candidatar a Belém a 28 de abril passado, em Lisboa, afirmou ainda que é preciso “perceber que a pobreza não é um problema só dos pobres, é um problema de todos, é um problema da sociedade, é um problema dos modelos de desenvolvimento”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Referindo-se aos períodos de crise durante a sua intervenção, Sampaio da Nóvoa sublinhou que, “é preciso ter uma orientação clara das políticas, é preciso ter a cabeça no lugar, é preciso ter rumo, é preciso ter um norte, é preciso saber por onde ir”.

Escusando-se a comentar as declarações do primeiro-ministro no último debate quinzenal, que sublinhou que “não houve pensionistas, nem funcionários públicos de mais baixos rendimentos que tivessem sido objeto de qualquer corte de rendimento”, Sampaio da Nóvoa considerou que “ficou muito claro no debate com informações rigorosas, com conhecimento rigoroso, que as situações de pobreza se aprofundaram muito em Portugal, que há situações graves de pobreza em muitos planos e que esta tem de ser uma grande causa nacional”.

“Portugal não pode tolerar as situações de pobreza que se vivem no nosso país e que se têm vindo a agravar e esta tem de ser uma causa na qual todos temos de estar juntos. Temos de encontrar as políticas, os caminhos, os meios certos, dizer de uma vez por todas que não queremos uma sociedade onde a pobreza se acentua, onde a pobreza se agrava cada dia, onde a pobreza esteja a colocar tanta gente, desde crianças a idosos, em situações tão difíceis no nosso país”, acrescentou o candidato.

Questionado pelos jornalistas acerca do possível apoio do PS à sua candidatura para Presidente da República, o professor universitário vincou que “todos os apoios interessam”, mas ressalvando que ainda faltam alguns meses para as eleições presidenciais.

“Todos os apoios me interessam, sejam de grupos, de partidos, de pessoas, de movimentos, todos são muito bem-vindos”, disse, acrescentando que se está “a seis, setes meses das presidenciais” e que existe “muito tempo ainda, há muito caminho que se vai fazer, vão haver legislativas pelo meio, as legislativas são extraordinariamente importantes, é muito importante que os partidos se concentrem nas legislativas porque esse é o tempo dos partidos”.