Cerca de 13 mil sobreviventes de ébola enfrentam agora problemas de visão e audição, assim como dores físicas e emocionais, fadiga e outros problemas, noticia a Associated Press.

A quantidade de sobreviventes que têm sofrido de problemas adicionais associados ao ébola tem preocupado as entidades de saúde locais e globais que se prepararam para lançar um estudo alargado com o objetivo de perceber quão frequentes podem ser estas sequelas e como se pode remediar a situação. Esta informação poderá ajudar os sobreviventes de ébola num futuro surto.

A Organização Mundial de Saúde refere que apenas 40% das pessoas infetadas com ébola sobreviveram à doença, mas dos sobreviventes que foram à consulta de acompanhamento, metade tem dores nas articulações. Mas como as equipas médicas não têm capacidade para seguir todos os sobreviventes, não se sabe quantos podem estar a passar por este tipo de problemas.

Cerca de 25% dos sobreviventes que voltaram a uma consulta têm problemas de visão que se não forem tratados podem conduzir à cegueira. A cegueira e as dores são altamente incapacitantes e preocupantes para as pessoas que são a base do sustento da família. Os especialistas confirmam que há casos em que o vírus ébola persistiu nos olhos, embora não haja evidência de que possa ser transmitido pelas lágrimas.

Os problemas de visão já tinham sido referidos por alguns sobreviventes nos surtos do Congo, em 1995, e do Uganda, em 2000 e 2007, mas agora o número de sobreviventes permite fazer um estudo mais alargado para perceber se estes problemas são causados pela infeção, se já existiam antes ou se são reações autoimunes. A equipa de investigação vai acompanhar 7.500 pessoas ao longo de cinco anos – seis mil sobreviventes e 1.500 contactos próximos.

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