Marisa Matias, candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, defende que, perante os sucessivos avisos que têm chegado de Bruxelas sobre o atraso de Portugal em apresentar o Orçamento do Estado para 2016, aquilo que o Presidente da República está fazer é “cada vez mais difícil de compreender”. 

Num comunicado enviado às redações, a eurodeputada bloquista critica o caminho escolhido por Cavaco Silva. “É cada vez mais difícil compreender a perda de tempo a que o Presidente da República está a submeter o país, através de visitas que nada têm de urgente, audições que não precisou de fazer para indigitar Passos Coelho, ou mesmo declarações absolutamente incendiárias como a comparação absurda que fez a respeito da sua experiência com governos de gestão, dando a entender que essa situação não traria nenhum problema ao país”.

Ora, Marisa Matias faz questão de lembrar Cavaco Silva que as duas situações são incomparáveis. “Acabámos de ter eleições e o governo em funções foi rejeitado pela Assembleia recentemente eleita pelos portugueses. Nesse contexto, manter em funções o atual governo é um violação da constituição que o Presidente jurou cumprir, desrespeito frontal pelo sentido do voto dos portugueses e um abuso das funções presidenciais”.

A terminar, a bloquista acusa Cavaco Silva de ser “o maior fator de instabilidade no país”, de estar a empurrar o país para o incumprimento das regras europeias e de estar preparar-se para “abrir uma guerra guerra com a Assembleia da República”. 

“Os portugueses votaram e elegeram uma Assembleia da República. Desrespeitar essa decisão constituiria um precedente gravíssimo na nossa democracia. Que o Presidente admita publicamente essa possibilidade degrada a democracia e divide o país. É um comportamento irresponsável e indigno das funções que Cavaco Silva ocupa”, atira a bloquista.

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