O eurodeputado socialista Francisco Assis criticou o Governo português e a presidência da Assembleia da República por não terem recebido o dissidente político cubano Guillermo Fariñas, acusando-os de cedência a pressões diplomáticas de Cuba.

Numa nota enviada à agência Lusa, o ex-líder parlamentar do PS e cabeça de lista socialista nas últimas eleições europeias refere-se a Guillermo Fariñas como “um cidadão cubano profundamente empenhado na luta pela democratização do seu país” e salienta que “a sua corajosa intervenção pública foi devidamente reconhecida pelo Parlamento Europeu que em 2010 lhe atribuiu o Prémio Sakharov”.

“Na minha qualidade de membro da Comissão dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu, não posso deixar de lamentar o facto de o Governo português e a presidência da Assembleia da República se terem recusado receber e dialogar com tão eminente personalidade. Nada justifica tão insólito comportamento”, defende Francisco Assis.

O eurodeputado socialista alega ainda que terão sido “pressões diplomáticas exercidas pela embaixada de Cuba” a “sobreporem-se ao compromisso permanente com a causa dos direitos humanos”.

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Guillermo Fariñas, que já levou a cabo 23 greves de fome, nomeadamente a favor da libertação dos presos políticos, e luta em prol de uma mudança política pacífica e pela liberdade de expressão em Cuba, esteve esta semana pela primeira vez em Portugal.

Durante esta visita, teve encontros com organizações não-governamentais, professores universitários de direitos humanos e de relações internacionais e eurodeputados.

Para hoje, último dia da sua visita, tinha previsto uma audiência com o presidente da Assembleia da República, que segundo Francisco Assis não se realizou, e com membros das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e Assuntos Europeus.