A candidata à presidência do CDS/PP Assunção Cristas disse esta terça-feira em Leiria que o Orçamento do Estado é uma “ficção”, na primeira sessão da volta designada “Unidos para vencer”, na qual irá ouvir os militantes do partido.

“Parece uma ficção no cenário macroeconómico. Parece uma receita igual à que já conhecemos: ‘pode ser que dê’. Mas, na verdade, quando olhamos para as entidades internacionais e para as agências, o que dizem: ‘cuidado, é excessivamente otimista, não é realista, não é fidedigno’, então podemos estar a ver um filme que já conhecemos muito bem”, disse na primeira parte do seu discurso, aberto à comunicação social.

A candidata à presidência do CDS acrescentou que “se houvesse Óscares na política, certamente que haveria duas nomeações claras para o Óscar da melhor ficção, que seriam o primeiro-ministro e o ministro das Finanças”. E Assunção Cristas acredita que “eles ganhariam”.

Enumerando as várias alterações na Saúde e Educação que o governo de António Costa tem realizado, Assunção Cristas disse querer “interromper a meio” um “filme” que já conhece, porque não quer “sequer pensar em voltar a fazer os portugueses passar por aquilo que passaram”.

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Para a ex-ministra, a vitória “clara e inequívoca” de Marcelo Rebelo de Sousa na eleição para a Presidência da República é uma resposta do povo.

“Esse voto rejeitou aquilo que alguns já davam como adquirido, que era que o povo português está confortável e gosta desta lógica da esquerda toda junta. Isso não aconteceu. Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito de forma clara, inequívoca e permitiu-nos recentrar e reequilibrar o espaço político”, sublinhou.

Considerando que “ninguém sabe” quando haverá eleições legislativas, Assunção Cristas lembrou que já estão marcadas as eleições para a Região Autónoma dos Açores e para as autárquicas, em 2017. “Por isso, enquanto CDS, temos de nos preparar desde o primeiro momento para sermos a melhor solução quando for o momento de os portugueses se pronunciarem nas urnas”, salientou, prometendo uma “oposição muito forte e construtiva” no sentido de “desmontar o trabalho que está a ser desfeito pelo governo neste momento”.

A candidata afirmou ainda que o CDS é um partido que “quer crescer”. “Orgulhamo-nos da nossa história, orgulhamo-nos do legado do Dr. Paulo Portas, mas queremos olhar em frente, crescer e chegar a todos os eleitores.” Por isso, Assunção Cristas convidou ainda os militantes a trazerem “alguém mais curioso, com vontade de se aproximar”, pois é “muito bem-vindo”.

“O nosso partido é aberto e disponível para acolher outros desde a primeira hora”, acrescentou, garantindo que só se candidatou à liderança do partido depois de saber que “não seria responsável por qualquer divisão” do CDS. Assunção Cristas prometeu ainda um CDS como uma “alternativa muito sólida e robusta”.