O CDS afirma que “é central não fugir ao debate”, mas que para o partido a morte com dignidade se faz “sem eutanásia”. O partido argumenta que durante o período eleitoral das legislativas “nenhum dos partidos apresentou nos programas ideias ou opções sobre esta questão” e que, por isso, o debate não se pode “reduzir a um Parlamento que não está mandatado” para legislar sobre esta questão.

Coube à deputada centrista Isabel Galriça Neto, médica e diretora da Unidade de Cuidados Paliativos e Continuados do Hospital da Luz, expressar a posição do partido sobre possíveis iniciativas legislativas que venham a introduzir a eutanásia em Portugal. O partido alega que estranha a forma “precipitada” como se fala na introdução de legislação, embora não estranhe assim tanto que se faça durante a apresentação do Orçamento do Estado, dando a entender que este tema visa desviar as atenções das contas do país.

“É um tema complexo, temos de fazer um debate sereno, sem eufemismos e ouvindo as pessoas envolvidas nestas matérias”, garantiu a deputada centrista, afirmando que toda a gente é contra situações de grande sofrimento, mas que a palavra dignidade não deve ser utilizada no debate sobre eutanásia já que isso seria inferir que quem morre de outras formas não tem uma morte digna. Para o CDS, a dignidade em fim de vida é uma prioridade, mas “sem eutanásia”, assegurou Isabel Galriça Neto.

Quanto à realização de um referendo, a deputada disse que “pode ser uma opção”, mas que não vale a pena falar sobre isto antes que haja a promoção de “um debate alargado” e “um maior esclarecimento dos portugueses para não decidirem de uma forma emotiva”. Sobre a palavra do Presidente da República eleito, Galriça Neto afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa falou apenas sobre as suas convicções pessoais e o desejo de ver o tema debatido.

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