Maria Luís Albuquerque, deputada e ex-ministra das Finanças, considera que Portugal fez “um ajustamento imenso” e que teve medidas “absolutamente reais” e, por isso, quaisquer sanções por parte da Comissão Europeia seriam injustas. “Seria muito difícil explicar aos portugueses que afinal não chegaram”, defendeu a antiga ministra.

Em entrevista à Rádio Renascença, a social-democrata afirmou que caso Bruxelas imponha sanções a Portugal, isso será uma “injustiça”. “Acho que é uma injustiça que é cometida contra Portugal. Acho que é uma matéria em que a Comissão não deveria tomar essa decisão”, disse Maria Luís Albuquerque, justificando assim o envio de uma carta a Bruxelas, contestando possíveis sanções.

No entanto, a deputada, que gerou polémica ao aceitar trabalhar para a consultora Arrow, afirmou ainda que não sabe o que se passou no final do ano, altura em que o novo Governo tomou posse. “Esses dias fizeram a diferença, por exemplo, para a decisão do Banif, que faz aquela diferença de 1,4%. Sim, pode-se fazer uma contenção de determinados efeitos no final do ano ou a antecipação de determinados efeitos”, explicou a antiga ministra das Finanças.

Maria Luís considerou que, pela sua experiência, “há algumas medidas que claramente são classificadas como extraordinárias do lado da receita ou do lado da despesa, mas há outras em que há alguma discussão em torno da matéria.” Ou seja, a definição do número exato do défice pode depender dessa discussão, assim como do que se passou nos últimos dias do ano. Defende assim que pode também haver responsabilidades do Partido Socialista.

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