Um acidente com uma aeronave na localidade de Canhestros, Ferreira do Alentejo, onde seguiam oito tripulantes, provocou a morte ao piloto e ferimentos graves a dois outros ocupantes ao início da noite de domingo. As vítimas gravemente feridas foram transportadas para o hospital de São José onde se encontram, esta segunda-feira, “clinicamente estáveis”, informou o Centro Distrital de Operações de Socorro de Beja.

Do acidente resultaram, ainda, ferimentos ligeiros em duas mulheres — que foram transportadas para o Hospital de Beja, e outros três que não precisaram de assistência hospitalar.

De acordo com o tenente-coronel José Rosa, do comando distrital de Beja da GNR, a aeronave envolvida no acidente, um modelo Pilatus PC6, com capacidade para dez pessoas, pertence à empresa Seven Air, grupo que detém a companhia aérea Aero Vip, concessionária das linhas aéreas regionais que ligam Bragança a Portimão e Porto Santo e Funchal.

A empresa, de acordo com a fonte do comando distrital de Beja da GNR, é igualmente responsável pela gestão do aeródromo de Figueira de Cavaleiros, no concelho de Ferreira do Alentejo, onde opera uma escola de paraquedismo civil.

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A agência Lusa tentou o contacto com responsáveis do Grupo Seven Air, sem resultado.

Quando bombeiros foram chamados pensaram tratar-se de um caso mais simples

Fonte do CDOS de Beja ao Observador disse, no domingo, que o alerta foi dado via 112 pelas 19h08 e dava conta de um “acidente com uma aeronave”. “Como é comum haver prática de paraquedismo naquela zona, pensávamos que as vítimas tinham sofrido ferimentos durante a queda”, explicou a fonte.

Só no local os meios de socorro de aperceberam que se tratava de um “acidente com uma aeronave”. Fonte da GNR diz que tudo indica ter-se tratado de uma explosão, uma vez que há destroços do avião espalhados por uma vasta área de terreno. “Até em cima das árvores há destroços”, descreveu.

Estiveram envolvidos, nesta operação de socorro, 56 operacionais, 22 veículos e um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Desconhecem-se, para já, as causas do acidente, mas três das vítimas descreveram às autoridades que o avião começou a desfragmentar-se no ar. Outras pessoas em terra terão afirmado que saltaram pedaços do avião, no ar.

A aeronave sinistrada pertence a uma escola de paraquedismo civil, de Figueira de Cavaleiros. Tratava-se de um modelo Pilatus PC6, conhecido por Pilatus Porter, que transportava oito pessoas.

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Modelo da aeronave acidentada

“Vimos o avião a cair e os paraquedas abertos”

O responsável pelo aeródromo de Figueira de Cavaleiros, a dez quilómetros da zona do acidente, diz que, dali, conseguiram ver o “avião a cair”. “Apercebemo-nos do barulho e vimos o avião a cair e os paraquedas abertos”, recorda António Remédios.

António Remédios diz que naquele aeródromo funcionam “quatro ou cinco escolas” de paraquedismo e que o Pilatus Porter faz serviço para uma da escola, embora não lhe pertença. Esta aeronave era conduzida por um piloto belga, a única vítima mortal do acidente.

(artigo atualizado segunda-feira, dia 20/06/2016)