Mais de 73 mil crianças com comportamentos em risco foram acompanhadas, em 2015, pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens. Os dados são do relatório anual de avaliação destas comissões, citado pela Rádio Renascença.
O número de crianças acompanhadas (73.355) subiu em 336 casos, em relação a 2014. Das crianças acompanhadas em 2015, 28.900 são novos processos, 34 mil transitaram de anos anteriores, e 8.328 são processos reabertos.
A violência doméstica é a principal causa que leva ao acompanhamento de jovens, tendo havido mais de 12 mil novas situações em 2015.
Nos casos de negligência, como a falta de supervisão e acompanhamento familiar em termos de saúde e educação, houve uma diminuição do número de casos, mas continuam a ser a segunda causa de identificação de jovens em risco.
A terceira causa está relacionada com o direito à educação. E, em 2015, houve mais de 6 mil novos casos relativos a pais ausentes, abandono ou insucesso escolar.
Mais de dois mil novos casos estão relacionados com outras causas: maus-tratos físicos e psicológicos, abusos sexuais e abandono.
Os comportamentos de risco, como o consumo de álcool e estupefacientes aumentaram, correspondendo atualmente a 14,5% dos casos.
Mais de 11 mil crianças e jovens acolhidos em instituições em 2015
Em relação ao acolhimento de crianças e jovens em instituições, há cada vez mais a serem acolhidos por problemas de comportamento (48% dos mais de 11 mil casos de acolhimentos em 2015). De acordo com a Renascença, o Governo diz que terá de rever o regime de funcionamento das instituições que fazem este acolhimento.
Em 2015, 55,6% das crianças e jovens acolhidos (4.830) tinham entre os 12 e os 17 anos. A faixa etária seguinte, dos 18 aos 20, representa 13% dos jovens acolhidos.
Quanto maior a idade, mais tempo os jovens ficam institucionalizados, revelam os dados. Apesar de o projeto de vida autónoma dever ser aplicado aos 15 anos, isso dificilmente acontece. É habitual os jovens ficarem a viver em instituições até aos 19, 20 ou 21 anos.