Rúben Cavaco acordou do coma induzido na passada terça-feira, mas, como conta o Expresso, têm sido uns despertares violentos e desorientados, onde tentou arrancar os drenos e pediu à mãe que chamasse a mãe. “Carro! Carro! Carro!”, terá sido a primeira coisa que disse num desses despertares.

O jovem de 15 anos foi agredido violentamente na madrugada de 17 de agosto e foi colocado em coma induzido para as cirurgias de emergência exigidas pelo traumatismo crânio-encefálico e as múltiplas fraturas que tinha. As agressões de que foi alvo atingiram-no sobretudo na cabeça, deixando o jovem irreconhecível.

Os gémeos iraquianos, Haider e Ridha Ali, filhos do embaixador do Iraque em Portugal, admitiram as agressões a Rúben Cavaco, mas dizem terem sido provocados. As versões do que se passou naquela noite ainda são contraditórias, mas os amigos do jovem agredido, e até um professor curso PIEF (programa integrado de educação e formação) que frequenta, dizem que Rúben não é violento e duvidam que se tivesse envolvido numa rixa com os dois irmãos. Mais, não iria para um confronto sozinho.

Testemunhas e boatos falam numa terceira pessoa que estaria a conduzir o carro dos filhos do embaixador. Há quem levante a hipótese de que Rúben Cavaco tenha sido atropelado pelo Mercedes do corpo diplomático, ao serviço dos irmãos antes, de ter sido pontapeado na cabeça, refere o Expresso. Segundo o semanário Sol, a própria Polícia Judiciária não descarta a possibilidade de Haider e Ridha estarem acompanhados de um segurança naquela noite.

A Polícia Judiciária tem estado a recolher provas e declarações das várias testemunhas, mas ainda falta pelo menos uma, a própria vítima. “Já houve uma diligência para tentar ver se o menor estaria em condições de prestar declarações, mas ainda não está. Eles próprios puderam constatar que o Rúben ainda não tem noção do espaço, nem de tempo”, disse o advogado da vítima, Santana-Maia Leonardo, à agência Lusa.

“Ainda revela alguma desorientação e descoordenação no discurso, o que diz não tem grande nexo nem sentido”, disse o advogado ao Expresso. “Ele sabe onde está, mas ainda não tem sequer noção do que lhe aconteceu.” As múltiplas lesões, sobretudo na cabeça, ainda por sarar não permitiram ainda perceber a extensão dos ferimentos e se o jovem ficará com danos neurológicos permanentes.

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