O Fundo Monetário Internacional espera uma maior queda do desemprego este ano e no próximo do que esperava há duas semanas, quando divulgou a sua análise regular da economia portuguesa. Mas mantém, no entanto, uma previsão consideravelmente menos otimista face ao crescimento do país que a do Governo.
Nas Perspetivas Económicas Mundiais, dadas a conhecer pelo Fundo no âmbito das reuniões anuais do FMI e Banco Mundial que decorrem entre 7 e 9 de outubro, a Organização liderada por Christine Lagarde revê as suas previsões, feitas ainda muito recentemente, para alguns dos indicadores da economia nacional.
As principais revisões são positivas. O Fundo prevê agora que a taxa de desemprego este ano desça para 11,2%, quando anteriormente esperava que se ficasse pelos 11,8%. Esta é, até agora, a previsão mais otimista para a taxa de desemprego em Portugal em documentos oficiais, melhor até que aquela inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade, que era de 11,4%.
O mesmo se pode dizer da taxa de desemprego prevista para o próximo ano. É verdade que o Governo ainda irá rever as suas previsões no Orçamento do Estado para 2017, que deve apresentar no final da próxima semana e que o Programa de Estabilidade é o documento oficial mais antigo nesta comparação entre Comissão Europeia, FMI, OCDE e Conselho das Finanças Públicas, mas o Fundo muda a sua previsão apresentada a 22 de setembro de 11,3% para 10,7%.
Esta redução de 0,6 pontos percentuais (a mesma dimensão que a revisão operada no desemprego para 2016), coloca previsão do FMI como a mais otimista até ao momento a par da Comissão Europeia, ambos prevendo que o desemprego fique no máximo nos 10,7%.
Pessimismo sobre crescimento da economia
Quase todos os restantes números são mantidos, em especial o PIB, onde o FMI espera que a economia não cresça mais que 1% este ano e 1,1% no próximo ano, de longe a previsão mais pessimista até ao momento.
O único número, dos apresentados, que também sofre alterações é o da balança comercial prevista para o próximo ano, onde se espera que volte novamente a existir um desequilíbrio, mas em vez de ser um défice de 0,6% do PIB, o FMI aponta agora aos 0,7% do PIB.