Donald Trump foi retirado do palco, de emergência, pelos agentes do Serviço Secreto enquanto fazia um discurso em Reno, Nevada, na noite de sábado. Em poucos segundos, a confusão instalou-se quando algumas pessoas da plateia começaram a gritar “he’s got a gun!” (“ele tem uma arma”) e o próprio Trump terá visto o suspeito, que foi dominado pela segurança de imediato. Horas depois, falou com a imprensa um homem que garante ser o manifestante que esteve na origem do incidente – e que garante que não tinha qualquer arma.

O incidente foi transmitido em direto. O pânico instalou-se na multidão que assistia ao discurso de Trump — alguém que estava numa das filas da frente concentrou subitamente as atenções de várias dezenas de apoiantes de Trump e foram as próprias pessoas que o rodeavam que começaram a alertar a segurança. O candidato republicano parou de falar e protegeu os olhos da luz, com a mão direita, para tentar perceber o que passava — em menos de um segundo, dois agentes do Serviço Secreto já tinham saltado para a sua frente e encaminharam-no para as traseiras do palco.

Veja o vídeo do acontecimento.

https://www.youtube.com/watch?v=RpAE1md5c5U

Enquanto Trump era retirado do local, vários agentes saltaram para cima de um homem, cuja aparência foi descrita como um indivíduo careca, com entre 30 e 40 anos de idade. Ninguém confirmou, de forma clara, contudo, que o homem tinha mesmo uma arma. E não foi encontrada qualquer arma no local, segundo a CNN. Mas houve vários gritos de outras pessoas na plateia que terão visto uma arma e relatos de que esse homem teria, subitamente, corrido para a frente da plateia momentos antes.

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Dominado pela segurança e, a certa altura, estava no chão a tentar libertar-se. O homem foi detido e levado pelas autoridades — com a cara tapada e sob vaias das pessoas da plateia, como mostra o vídeo publicado por um jornalista do The Guardian.

O candidato republicano viria a retomar o discurso, momentos depois, agradecendo ao Serviço Secreto dos EUA. E, horas depois, o jornal britânico The Guardian foi um dos que falaram com um homem que se identificou como Austyn Crites, um apoiante do Partido Republicano há vários anos mas que não irá votar em Donald Trump. Segundo o próprio, o incidente começou quando este manifestante ergueu um cartaz onde se lia, em inglês, “Republicanos contra Trump”.

“De repente, tentaram arrancar-me o cartaz das mãos e, pimba, sou derrubado por todas aquelas pessoas que estavam a pontapear-me, a agarrar-me pelas partes íntimas e a sovar-me. Depois alguém gritou alguma coisa sobre uma arma e foi aí que as coisas se descontrolaram a sério”. Esta é a descrição por parte do homem que garante ter sido o protagonista do incidente, citado pela CNN. As autoridades não terão feito qualquer acusação criminal ao indivíduo.