Nos primeiros nove meses de 2015, a Pharol, que é acionista de referência da operadora brasileira Oi (em processo de recuperação), registou prejuízos de 137,3 milhões de euros.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol explicou que o prejuízo refletiu essencialmente “uma perda de 48,8 milhões de euros, resultado de uma revisão em baixa do valor de recuperação do instrumento de dívida Rioforte”, bem como “uma perda de cinco milhões de euros relativa à desvalorização da opção de compra”.

O resultado dos primeiros nove meses deste ano foi ainda influenciado pelos “custos operacionais consolidados de 6,1 milhões de euros” e pelo “ganho líquido de 4,9 milhões de euros decorrente da reversão da imparidade registada sobre o investimento da Oi, no montante de 225,6 milhões de euros, que mais compensou a apropriação dos prejuízos acumulados da Oi” até setembro no montante de 220 milhões de euros.

Em igual período, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) foi negativo em seis milhões de euros, uma melhoria face aos 16,9 milhões de euros negativos um ano antes.

“Esta redução é explicada por elevada redução de serviços de terceiros relacionados com consultoria e assessoria legal” e “menores custos com pessoal e menores impostos indiretos”.

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Os custos com pessoal atingiram os 1,6 milhões de euros, uma redução face aos 2,7 milhões de euros registados entre janeiro e setembro de 2015.

A Pharol adiantou que “na sequência das declarações dos administradores judiciais, que referiram no seu último comunicado que não se pode excluir que o arresto de bens requerido pelo Ministério Público impeça de forma prolongada, ou mesmo definitivamente, a sua recuperação e distribuição pelos credores, o montante expectável de recuperação do instrumento de dívida Rioforte foi revisto e reduzido para 9,56% do seu valor nominal”.

Confrontada com fatores exógenos de elevado impacto na sua demonstração de resultados e na sua situação patrimonial – de que, neste terceiro trimestre, a imparidade registada no crédito sobre a Rioforte é um exemplo -, a Pharol continua fortemente empenhada em reduzir os riscos de variação de valor dos seus ativos e em controlar muito estritamente os seus custos operacionais”, refere o presidente da Pharol, Luís Palha da Silva, citado em comunicado.

“Na Oi, a Pharol continuará a dar a sua colaboração para que o processo de recuperação judicial seja um sucesso, atendendo aos interesses de todos os diferentes stakeholders [partes envolvidas] em presença”, acrescentou.