Nico Rosberg sagrou-se campeão do mundo de F1 pela Mercedes, que não só foi a marca responsável por lhe colocar à disposição o melhor carro, entre todos os que disputaram o Mundial, como foi ainda quem lhe ofereceu um fórmula que avariou menos do que o do seu rival e companheiro de equipa, Lewis Hamilton, o que permitiu a Nico chamar a si título.

Tudo isto, a somar ao facto de Rosberg ter assinado há dias um acordo com a Mercedes, que o torna embaixador da marca, deveria levar o ex-piloto – uma vez que decidiu retirar-se após a conquista do ceptro mundial – a alguma fidelidade ao fabricante que venceu os últimos três campeonatos de F1 (dois deles com Hamilton). Mais que não seja como agradecimento pelos serviços prestados. Mas não, à primeira oportunidade, eis que Rosberg foi apanhado no Mónaco – onde habita por razões fiscais – a cuidar do seu brinquedo favorito. E não, não é um Mercedes. É sim um belo e elegante Ferrari LaFerrari. E vermelho, para que não haja dúvidas.

É certo que Nico venceu o campeonato, mas a vitória chegou embrulhada num sabor amargo, pois não só nenhuma das mais conceituadas publicações especializadas o reconheceu como o melhor piloto do ano, como até os responsáveis pelas 11 maiores equipas da F1, Mercedes incluída, atribuíram esse mérito ao seu colega de equipa, Hamilton. Como se isso não bastasse, não faltaram também ex-pilotos a acusarem Nico de ter aproveitado um título, que venceu mais por azares da concorrência do que por mérito próprio, para fugir de uma competição que admitia dificilmente poder voltar a vencer face a um rival que a maioria considera mais forte e a quem a Mercedes paga consideravelmente mais. Mas daí a andar a distribuir miminhos ao Ferrari em público vai uma distância, que obviamente Nico não considera de grande importância.

Pelo menos, Hamilton conduz no seu dia-a-dia – e depressa, como em pista – com a Mercedes sempre às costas. Ou melhor, nas costas, pois é aí que surge montado o motor 7.3 V12 atmosférico com 760 cv que a AMG desenvolveu para o Pagani Zonda 760 LH do piloto, que foi considerado o melhor em 2016 e o campeão em 2015 e 2014. E, ao que consta, para provar a fidelidade à marca germânica, o piloto inglês, mesmo quando espetou o Pagani nas ruas de Monte Carlo, onde também vive pelos mesmos motivos de Rosberg, deu-se ao cuidado de destruir tudo o que era italiano, deixando imaculado o V12 da Mercedes. Embaixador que se preze, tem de ter sempre a máxima atenção aos detalhes.

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