No final do último Barcelona-PSG para a Liga dos Campeões, que terminou com uma fantástica reviravolta dos catalães, Gerard Piqué levou os comentários sobre o triunfo para outro nível: “Para quem nos queria ver fora da Champions, será uma noite dura mas amanhã o sol voltará a nascer. Já os hospitais de Barcelona deverão começar a contratar mais enfermeiras para daqui a nove meses porque as pessoas vão fazer hoje muito amor nesta cidade”.
Todos acharam piada à tirada do mediático internacional espanhol casado com a cantora Shakira. Mas não é que ele pode mesmo ter razão? Ora então vejamos o que aconteceu à Islândia: de acordo com Asgeir Petur Thorvaldsson, médico no Hospital Universitário de Landspitali, em Reiquiavique, o país acaba de bater o recorde de epidurais administradas nos hospitais, nove meses depois da vitória da equipa de futebol frente a Inglaterra por 2-1 nos oitavos-de-final do Campeonato da Europa de 2016, em França. Se dúvidas ainda existissem, essa noite de 27 de junho, em Nice, não mais será esquecida. E as razões para tal estão à vista.
Partindo como um outsider que praticamente não contava nas listas de apostas, os islandeses conseguiram ser a grande surpresa da competição. A nível de resultados, depois de dois empates na fase de grupos frente a Portugal e Hungria (ambos por 1-1), conseguiram vencer a Áustria por 2-1, qualificando-se de forma dramática para os oitavos-de-final da prova onde viriam a eliminar os ingleses antes de caírem frente à França (2-5); em paralelo, os seus devotos adeptos, todos vestidos a rigor com a camisola azul, foram considerados os melhores do torneio, ficando famosos os festejos no final de todas as partidas entre jogadores e claque.
Agora, será curioso perceber se o país que registou este verdadeiro baby boom teve influência direta num possível fenómeno semelhante em Portugal a 10 de julho. É que, se recuarmos pouco mais de um ano, a verdade é que foi o golo de Traustason aos 90+4 minutos que colocou a Islândia no segundo lugar e relegou Portugal para a terceira posição de grupo, afastando-nos no quadro a eliminar de seleções como Inglaterra, Alemanha, Itália ou Espanha. Só mesmo a França não fugiu, mas aqui o azar foi dos gauleses. O Éder que o diga.