Luís Marques Mendes fez esta noite previsões para as próximas eleições autárquicas, acreditando que “o PS vai ganhar as eleições, embora reduzindo o número de câmaras”. No seu espaço semanal de comentário na SIC, o ex-líder do PSD, acredita que o partido liderado por Passos Coelho vai “ficar em segundo lugar, mas melhorar o resultado de há quatro anos” e acrescenta que “PCP e CDS vão manter resultados”.
O antigo presidente do PSD comentou ainda o facto do primeiro-ministro ter recusado dois nomes para o Conselho de Finanças Públicas, dizendo que “António Costa tem um tique socrático“, já que tenta “controlar as instituições independentes” e “convive mal com as críticas”. Apesar disso, Mendes fez questão de ressalvar que Costa e Sócrates são “diametralmente opostos em questões como a seriedade”. Sobre os vetos para a instituição liderada por Teodora Cardoso, Mendes diz que Costa tinha oportunidade de reforçar a imagem externa do país, mas preferiu “agradar aos interesses paroquiais de PCP e BE.”
No que diz respeito ao relatório da dívida — apresentado por PS e por Bloco de Esquerda, mas não assumido pelo Governo — Marque Mendes acusa os bloquistas de “ao chegarem perto do poder” mudarem logo a “agulha”. O facto do BE não pedir um perdão parcial da dívida é para o ex-líder do PSD “um recuo a toda a linha do Bloco de Esquerda, um recuo digno de Guiness”.
O ex-líder do PSD regista que os bloquistas “já não falam no corte de dívida, desistem da reestruturação unilateral da dívida — que já dizem ser no quadro europeu — e defendem a renegociação de prazos, de renegociar juros e de fazer pagamentos antecipados ao FMI, que no fundo foi o que Passos Coelho fez e que o BE sempre criticou”. Marques Mendes diz ainda que um relatório destes “cria ruído” e “não ajuda a tranquilizar as agências de rating”. Além disso, mostra que “não vai mudar nada”, classificando o relatório como um caso de “muita parra e pouca uva.”
Marques Mendes falou ainda sobre a ida do antigo presidente da CGD, António Domingues, ao Parlamento, dizendo que “foi um flop para o PSD” e que a partir de agora a comissão parlamentar de inquérito à CGD (a segunda, sobre a administração Domingues) “está morta e enterrada.”