Falhas graves de comunicação, Proteção Civil descoordenada e militares às cegas sem apoio na área de combate ao fogo: estas são as principais conclusões do relatório interno que avaliou a atuação da GNR durante o combate ao incêndio de Pedrógão Grande no passado mês de junho, avança o Jornal de Notícias (link do artigo ainda indisponível no site). Terá sido também na sequência desta falha de informação e coordenação que, de acordo com o segundo-comandante operacional de Leiria, Mário Cerol, a mudança do posto de comando da Proteção Civil foi feita sem que a Guarda fosse avisada.

De acordo com a avaliação enviada ao governo, foram cerca de sete horas em que, devido a esses problemas e falhas, os militares da Guarda andaram “às cegas”, sem orientações, o que terá levado a própria GNR a decidir por sua iniciativa quais as estradas a cortar e o apoio a dar às populações. Este período negro, sem dados ou instruções, terá ocorrido no dia 17 de junho entre as 14h59 (hora do primeiro alerta de fogo) e as 21h44 (altura em que a GNR decide cortar a EN236, por iniciativa de um militar que descobriu cadáveres na estrada).

Durante estas quase sete horas — em que, de acordo com o mesmo relatório, o SIRESP teve falhas –, as patrulhas da GNR movimentaram-se no terreno, seguindo a própria evolução do incêndio, tomando decisões sem apoio dos postos de comando. As primeiras instruções da Proteção Civil para corte e regularização de estradas só chegaram às equipas da GNR às 22 horas, conclui o mesmo relatório.

Esta semana, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou os primeiros resultados de vários relatórios e auditorias pedidas, assumindo uma série de falhas no combate aos fogos que, no passado mês de junho, devastaram as regiões de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis e outros concelhos vizinhos.

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