A Direção dos Serviços de Economia de Macau anunciou esta quarta-feira que até quarta-feira foram aprovados quase 50 milhões de euros em apoios concedidos ao abrigo dos programas criados para aliviar os impactos causados há um mês pelo tufão Hato.

“Até 27 de setembro, houve um total de 14.206 proprietários das PME [pequenas e médias empresas] que se candidataram [ao programa] “Medida de abonos”, tendo sido aprovados 6.438 pedidos, envolvendo um montante total de 313 milhões de patacas [33 milhões de euros]”, refere um comunicado da Direção dos Serviços de Economia de Macau.

Entre eles, houve 6.354 candidatos que apresentaram também o pedido do “Plano de apoio especial”, dos quais 379 pedidos já foram apreciados e aprovados pela comissão de apreciação, com o montante total aprovado de, aproximadamente, 156 milhões de patacas [16,4 milhões de euros]”.

Após a passagem do Hato, a 23 de agosto, o Governo de Macau lançou uma linha de crédito, sem juros, para as PME afetadas até ao montante máximo de 600 mil patacas (cerca de 63 mil euros).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além disso, anunciou um pacote de “Medidas de abono” para as empresas “responderem às situações emergentes”, “de natureza pós-calamidade” com um limite máximo de 30 mil patacas (3,13 mil de euros), tendo dias mais tarde aumentado esse valor para 50 mil patacas (5,22 mil euros).

Duas semanas depois da passagem do tufão Hato, o mais forte tufão a atingir Macau em 50 anos, o chefe do executivo estimou os prejuízos em 11,4 mil milhões de patacas (1,2 mil milhões de euros).

O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, especificou que o valor inclui prejuízos diretos estimados em 8,3 mil milhões, indiretos em 3,16 mil milhões.

O tufão Hato causou dez mortos e mais de 240 feridos. Um relatório sobre a avaliação da passagem do tufão Hato por Macau, divulgado na quinta-feira, “lista as mais importantes insuficiências e problemas da ação governativa, apontando que Macau ainda tem muito trabalho a realizar no tema de prevenção, redução e socorro em caso de catástrofes naturais”.

Tais insuficiências traduzem-se na fraca perceção de riscos e preparação psicológica, em situações de normalidade, de onde resulta pouca preparação em termos de prevenir e reagir a catástrofes”, aponta o relatório do grupo de especialistas da Comissão Nacional para a Redução de Desastres.

Além disso, observa fragilidades “no trabalho de prevenção de danos causados por tufões e subida da maré” e insuficiências várias que “deixam exposta a cidade”, nomeadamente no “sistema de prevenção, redução e resposta a emergências a catástrofes naturais”.

O documento refere também “a forte necessidade de adquirir capacidades essenciais de resposta a catástrofes, tais como recursos humanos com conhecimentos técnicos e especializados, equipamentos, serviços de monitorização e alarme”, entre outros.

As recomendações incluem aperfeiçoar o mecanismo de prevenção, redução e resposta a catástrofes naturais e reforçar infraestruturas fundamentais e críticas para desenvolver as capacidades de prevenção e redução de catástrofes.

É também sugerido complementar e aperfeiçoar o mecanismo de cooperação e comunicação Guangdong-Hong Kong-Macau para responder a situações de emergência, melhorar as capacidades de resposta a catástrofes classificadas como “grandes” ou “imensas”, bem como os seus riscos, complementar a regulamentação e padrões para gestão de emergências, prevenção e redução de catástrofes, e promover campanhas de educação sobre conhecimentos e cultura da segurança.