Todos os passageiros que viajaram para Portugal na companhia britânica Monarch, que declarou falência esta segunda-feira, poderão regressar ao Reino Unido sem custo adicional em voos fretados pelas autoridades do país, independentemente da nacionalidade, informou a Autoridade de Aviação Civil.
A pedido do governo britânico, a Autoridade de Aviação Civil britânica fretou aviões, que vão operar nas próximas duas semanas para transportar os passageiros afetados, incluindo portugueses que tenham usado a Monarch Airlines para se deslocar a Portugal.
A CAA vai transportar qualquer pessoa com bilhete marcado para a Monarch, independente da nacionalidade”, garantiu a presidente, Deirdre Hutton, numa conferência telefónica.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico ainda não possui dados sobre o número exato de portugueses afetados pela insolvência da transportadora britânica, que voava para os aeroportos de Lisboa, Faro, Porto e Funchal.
Para as pessoas que estão no estrangeiro, todos os que iriam viajar nas próximas duas semanas vão poder regressar ao Reino Unido sem custo adicional, o mais próximo possível da hora, provavelmente no espaço de duas horas do seu horário original”, disse a responsável.
Para aqueles com alguns dias de férias ou estadia em Portugal, o conselho é que “que permaneçam no seu hotel, gozem o resto das suas férias porque não precisam de interromper a estadia”.
Os passageiros da Monarch que estão atualmente no estrangeiro devem aceder à nova página eletrónica da Monarch para encontrar a informação sobre os novos voos, com o número e hora de partida, que deverá ser dada com 48 horas de antecedência.
Todas as restantes viagens marcadas com a Monarch foram canceladas, devendo as pessoas evitar deslocar-se aos aeroportos, podendo aceder ao mesmo endereço para saber o que fazer a seguir.
Companhia aérea Monarch deixa de operar e cancela todos os voos, 110 mil pessoas em terra
Ao todo, estima-se que cerca de 110 mil passageiros da Monarch estejam atualmente no estrangeiro, em diferentes localidades da Croácia, Chipre, França, Gibraltar, Grécia, Israel, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Turquia. A Monarch voava também para a Áustria, Alemanha e Suíça, mas apenas no inverno, na época alta de ‘ski’, pelo que nesta altura não existem passageiros a necessitar de regresso daqueles países para o Reino Unido.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico disse ter colocado funcionários ou colaboradores nos diversos aeroportos europeus e no Médio Oriente (Turquia) afetados para informar os passageiros da Monarch e para dar assistência consular caso seja necessário.
Um porta-voz adiantou ainda que Londres está em contacto com os governos ou missões diplomáticas dos respetivos países afetados. Estas “medidas excepcionais”, acrescentou, foram tomadas porque “a CAA considerou que o mercado não oferece solução alternativa para conseguir transportar as cerca de 100 mil pessoas atualmente no estrangeiro”.
Contudo, o responsável considerou que “o mercado tem capacidade para transportar pessoas do Reino Unido para os destinos da Monarch”, isto é, os passageiros poderão comprar viagem em outras companhias aéreas, reclamando depois a compensação à Monarch.
A Monarch Airlines declarou insolvência após falhar a renovação da licença para vender viagens e pacotes de férias no estrangeiro devido a problemas financeiros.
Os recentes ataques terroristas no Egito e na Tunísia e a redução da procura de viagens para a Turquia por causa da insegurança na região são considerados a causa principal da quebra de receitas, justificou, numa carta aos funcionários, o presidente executivo, Andrew Swaffield.
Outro fator foi a redução das margens de lucro nos bilhetes para outros destinos como Espanha e Portugal, que representavam 80% da operação da Monarch.
Este ano, a companhia transportou mais 14% de passageiros do que no ano passado mas teve uma receita líquida inferior em 100 milhões de libras (113 milhões de euros)”, afirmou.