Karissa Lindstrand estava há cinco horas a colocar bandas de segurança nas patas dos crustáceos apanhados nesse dia pelo Honour Bound, barco de pesca de New Brunswick, no Canadá — como faz todos os dias desde há quatro anos –, quando algo estranho lhe chamou a atenção.

Aquela lagosta cumpria os critérios legais de dimensão, mas havia algo de errado com uma das patas. Parecia mesmo que o crustáceo tinha a imagem de uma lata de Pepsi tatuada numa das patas — Karissa sabe do que fala: todos os dias bebe 12 latas do refrigerante, portanto está mais do que familiarizada com a sua imagem, explicou à canadiana CBC News.

“Não posso dizer como é que aquilo lá foi parar. Parecia mais uma tatuagem ou um desenho na lagosta do que qualquer coisa que tivesse crescido nela”, explicou.

“Já tinha visto patas deformadas, mas nunca tinha visto nada como isto”, acrescentaria dias depois ao jornal Global News, também do Canadá.

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Mostrou o crustáceo a alguns amigos: uns teorizaram sobre como a pata da lagosta poderia ter crescido em torno de uma lata de Pepsi atirada ao mar; outros sugeriram que parte de uma caixa de cartão com o logótipo do refrigerante poderia ter-se colado ao crustáceo. A seguir postou a imagem no Facebook — e o resultado da pescaria tornou-se viral.

A norte-americana Time reproduziu a opinião de um especialista canadiano, Matthew Abbott, coordenador do programa marítimo do Conselho de Conservação de New Brunswick: “Nunca tinha visto nada assim, uma impressão tão nítida de uma lata num animal marinho. No local onde a lagosta foi apanhada havia lixo infiltrado até nas águas profundas”.

“Se as lagostas que tiramos da água vêm assim, parece-me que é a prova de que há muito lixo no oceano”, concordou Karissa Lindstrand. Na altura, depois de se espantar e de fotografar, colocou o crustáceo numa caixa, juntamente com o resto da pescaria, e deixou-o seguir, rumo aos Estados Unidos. Hoje diz que se arrepende de não ter ficado com ele. Pelo menos assim, o fenómeno poderia ser estudado.