Johnny Hallyday, considerado o pai do rock & roll francês, morreu esta quarta-feira, em Paris, aos 74 anos, vítima de cancro do pulmão, informou a família. O músico morreu na sua casa em Marnes-la-Coquette, a oeste de Paris, para onde foi transferido após ter deixado uma clínica da capital francesa onde esteve internado seis dias, segundo um comunicado divulgado pela mulher, Laeticia.

Johnny Hallyday partiu. Escrevo estas palavras sem acreditar. Ele deixou-nos esta noite como venceu tudo ao longo da sua vida, com coragem e dignidade”, escreveu.

Jean-Philippe Léo Smet – o verdadeiro nome de Hallyday – nasceu em Paris, na França ocupada de 1943. Filho da modelo Huguette Clerc e do artista belga de ‘music-hall’ Léon Smet, viveu em Londres com a tia e o marido desta, um artista de variedades a quem ‘roubou’ o nome artístico.

Conhecido como o “Elvis francês”, era sempre comparado com o “rei”. Foi precisamente o tema “Loving You”, do seu ídolo Elvis Presley, que o levou a decidir que queria ser cantor e tocar em estabelecimentos noturnos. Johnny Hallyday publicou em 1960 o primeiro álbum, “Hello Johnny”. Um ano depois, sai o seu grande êxito discográfico, uma versão francesa de “Let’s Twist Again”, intitulada “Viens danser le twist”, que se tornou disco de ouro.

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A partir de então, consolidou a sua popularidade, convertendo temas clássicos do rock & roll para francês, e lançou álbuns como “Jeune Homme, Rivière… Ouvre ton Lit y Vie”.

Hallyday foi uma das maiores estrelas francesas, com uma carreira de mais de 50 anos e mais de 900 canções, com 100 milhões de discos vendidos. Em França, era carinhosamente tratado como “o nosso Johnny” e foi condecorado Cavaleiro da Legião de Honra pelo presidente Jacques Chirac em 1997.

Entre os seus temas de rock & roll contam-se “Rester vivant”, “O Carole” ou “Noir c’est noir”, a versão francesa de “Black is black”, de Los Bravos. Também “Au Café de l’Avenir”, “Oh! ma jolie Sarah”, “Gabrielle”, “La fille de l’été dernier”, “Allumer le feu” ou os clássicos “Mystery Train” ou “Blue Suede Shoes”.

Nos concertos não faltaram também hinos de gerações como “Requiem pour un fou”, “Ma gueule”, “L’Idole des jeunes”, “Que je t’aime”, a lírica “J’ai pleuré sur ma guitare” ou temas ‘pop’ como “Quelque chose de Tennessee”.

Entre as músicas ‘country’ destacou-se “De l’amour”. Dos últimos trabalhos figuram a balada “Seul” e “Le pénitencier”, uma canção emblemática da sua carreira, gravada em 1964, que é a adaptação francesa do tema ‘folk’ norte-americano “The House of the Rising Sun”, popularizado pelos The Animals.

Em 1995, estreou-se no grande ecrã e acabou por participar em dezenas de filmes. Em 2009, contracenou com Steve Martin em “Pantera Cor-de-Rosa 2”.

Hallyday morreu devido a cancro do pulmão, doença que anunciou publicamente em março. Nos últimos anos, teve uma saúde frágil, agravada pelos excessos com álcool, drogas e tabaco. Em dezembro de 2009 foi hospitalizado nos Estados Unidos, tendo-lhe sido provocado coma induzido devido a um grave problema respiratório.

No passado dia 17 de novembro foi hospitalizado de urgência devido a uma insuficiência respiratória, tendo sido submetido a uma nova sessão de quimioterapia. O presidente francês Emmanuel Macron já reagiu à morte de Hallyday, através do Twitter, declarando que “existe um pouco de Johnny em cada um de nós”.

Outra estrela da música francesa, Céline Dion, também já comentou o desaparecimento do pai do rock’n’roll francês.